Musk e bolsonaristas usam deputados dos EUA para atacar o Supremo, mas investida fracassa

 
Não é necessário qualquer esforço do raciocínio para concluir que a investida liderada por Elon Musk – dono da plataforma X e da Tesla – contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem como principal objetivo embaralhar a regulação das redes sociais no Brasil, medida urgente diante das ameaças à democracia.

O imbróglio serve também para dar sobrevida à gritaria dos extremistas de direita, que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de 2022 e muito menos o fracasso do plano de golpe de Estado. Tanto é verdade, que a manifestação convocada por Bolsonaro para o próximo domingo (21), no Rio de Janeiro, tentará desvinculá-lo da minuta do golpe e terá Musk como destaque da pauta golpista.

O relatório divulgado pelo Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, na quarta-feira (17), traz apenas ordens emitidas por Alexandre de Moraes contra postagens e perfis da plataforma X, sem citar a fundamentação das decisões.

Divulgar somente as ordens, ignorando a fundamentação das decisões, revela a péssima intenção dos congressistas republicanos, todos apoiadores de Donald Trump, o bufão que, em claro atentado à democracia norte-americana, tentou invalidar as eleições presidenciais de 2020.

A atitude dos congressistas republicanos é ineficaz e representa violação da soberania brasileira, já que é patente a tentativa de desqualificar o STF e o TSE. Em outras palavras, os deputados americanos atacam o Judiciário brasileiro para engrossar o coro a favor de Trump, o golpista fracassado que pode voltar à Casa Branca.


 
A retórica de Trump é semelhante ao coro dos bolsonaristas, que insistem na tese boquirrota de fraude eleitoral, violação da liberdade de expressão e ditadura. Em março passado, Donald Trump, em discurso a apoiadores no estado de Ohio, declarou: “Se não vencermos essa eleição, não creio que haverá outra neste país. Se eu não for eleito, será um banho de sangue em todo o país”. O republicano afirmou novamente que a vitória de Joe Biden, em 2020, foi resultado de fraude eleitoral, alegação infundada que foi pelos ares em pouco tempo.

Em relação às afirmações de que o STF ignora o direito à liberdade de expressão e age de forma ditatorial, as decisões tomadas por Moraes estão em consonância com a legislação vigente. É importante lembrar que nenhum direito, em qualquer democracia, é absoluto. Ademais, liberdade de expressão não é senha para o cometimento de crimes, como fizeram os bolsonaristas cujos perfis foram bloqueados por determinação judicial.

Cientes de que a prisão de Bolsonaro é questão de tempo, seus apoiadores se movimentam, inclusive no âmbito internacional, para desacreditar o Supremo e vender a falsa e criminosa ideia de que o Brasil vive uma ditadura.

No contraponto, o foco de Elon Musk é meramente comercial, pois no leme de suas investidas contra o STF está o desejo de manter o lucro fácil proporcionado por notícias falsas e discursos de ódio. A rede social X vem perdendo várias contas, muitas com número significativo de seguidores, cenário que explica, mas não justifica, o desespero do empresário sul-africano.

O melhor que os partícipes dessa fracassada emboscada podem fazer é aceitar a ideia de que Jair Bolsonaro não foi reeleito e será preso; Musk e os apoiadores de Trump devem se ater às questões internas dos Estados Unidos, porque do Brasil cuidam os brasileiros de bem.


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