Mais de 850 mil afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul

(Foto: Amanda Perobelli - Reuters)

 
As fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande do Sul já afetaram mais de 850,4 mil pessoas, de acordo com boletim divulgado às 9h deste segunda-feira (6) pela Defesa Civil do estado. Pelo menos 345 dos 497 municípios gaúchos já sofreram alguma consequência dos temporais, que atingem a região desde o início da última semana.

O número de mortos subiu para 83, além de quatro óbitos em investigação para verificação se, de fato, têm relação com a tragédia. Há ainda 276 feridos e 111 desaparecidos.

Em todo o estado há mais de 115 mil desalojados, que se encontram na casa de parentes ou amigos; 19.368 pessoas estão temporariamente em abrigos.

Pelo menos 439 mil pontos estão sem energia elétrica. O número de domicílios sem abastecimento de água caiu de mais de 1 milhão, na noite de sábado, para pouco mais de 839 mil no domingo, segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

As operações do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, seguem suspensas e voos estão cancelados até sexta-feira. A rodoviária está debaixo d’água e fora de operação.

Os municípios também estão com dificuldade de acesso a telefonia e dados móveis. De acordo com as operadoras, 46 cidades estão sem serviços da TIM, 45 sem os serviços da Vivo e 24 municípios não conseguem acesso pela Claro.

Estradas também foram danificadas em todo o estado – rodovias federais apresentam 61 pontos com bloqueios totais ou parciais, conforme balanço de domingo. As estradas estaduais têm 102 interdições totais ou parciais.


 
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“Próximos dias serão ainda muito difíceis”

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse neste sábado que a tendência é que as estatísticas da tragédia se agravem na medida em que o socorro consiga chegar a regiões de acesso mais difícil.

Ele alertou que os próximos dias “serão ainda muito difíceis” para os habitantes locais e que a reconstrução do estado vai precisar de um “Plano Marshall”, se referindo ao plano dos Estados Unidos para financiamento à reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra.

No domingo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Leite comparou a situação do estado à de um “cenário de guerra”.

O presidente da República esteve novamente no Rio Grande do Sul para acompanhar os trabalhos do governo federal na prestação de assistência humanitária aos atingidos pelas chuvas.

Ele sobrevoou Porto Alegre ao lado de Leite e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Lula desembarcou pela manhã na capital gaúcha com uma comitiva de 18 autoridades, incluindo o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Nísia Trindade (Saúde) e Marina Silva (Meio Ambiente).

Falando a jornalistas, o presidente afirmou que não haverá “impedimento da burocracia” para recuperar o estado. Representantes do Congresso, do STF e do governo gaúcho defenderam a flexibilização das regras de gastos do governo para agilizar a prestação de ajuda.

Antes, nas redes sociais, Lula já havia prometido que não faltariam recursos federais ao Rio Grande do Sul, que enfrenta o que autoridades vêm chamando de pior desastre climático da história do estado.

“O governo federal está em diálogo permanente com o governo do Rio Grande do Sul e com as prefeituras para apoiar a região no que for necessário. Não mediremos esforços para ajudar os municípios que sofrem com as chuvas e salvar vidas”, escreveu Lula. (Com agências de notícias) [Fotos: Amanda Perobelli – Reuters | Gilvan Rocha – ABr)


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