Israel toma posto de fronteira em Rafah e compromete ajuda humanitária aos palestinos de Gaza

 
As Forças Armadas israelenses assumiram, nesta terça-feira (7), o controle da passagem de fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito. As forças militares entraram na cidade de Rafah, no sul de Gaza, após uma noite de intensos ataques aéreos ao enclave palestino. A investida israelense ocorreu enquanto mediadores se esforçavam para garantir um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo radical Hamas.

O grupo palestino informou, na segunda-feira (6), ter aceitado uma proposta de cessar-fogo, mas Israel afirmou que os termos não atendiam às suas exigências. Em meio à preocupação internacional com a situação dos palestinos que se refugiaram em Rafah, tanques e aviões israelenses atacaram várias locais, destruindo casas, escolas e hospitais.

Destruição e mortes

Na manhã desta terça-feira, pessoas procuravam por corpos sob os escombros de edifícios destruídos pelos israelenses, que continuam alegando ter destruído instalações do Hamas, sem apresentar provas.

Mais de um milhão de pessoas buscaram refúgio em Rafah, vivendo em acampamentos improvisados. Milhares de pessoas tentam sair da região, atendendo às ordens israelenses de retirada, mas não um lugar seguro para ir.

Operação

Militares israelenses disseram que a operação em Rafah tinha o objetivo de eliminar os combatentes do Hamas e destruir a infraestrutura do grupo que governa o enclave palestino.

O Egito afirmou que a operação israelense em Rafah compromete as negociações para um cessar-fogo. O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o ataque seria mortal para os civis.

“Temo que isso vá causar novamente muitas baixas, baixas civis”, afirmou Borrell aos repórteres. “Não há zonas seguras em Gaza”, completou.


 
Nas últimas semanas, Israel anunciou diversas vezes que atacaria Rafah, apesar dos muitos apelos de líderes internacionais. A justificativa de Tel Aviv é que a região invadida abriga milhares de integrantes do Hamas e onde estariam os reféns israelenses.

Quase 35 mil palestinos, a maioria civis, já foram mortos no conflito, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A guerra começou quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas e feito 250 reféns, dos quais 133 permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, de acordo informações do governo de Israel.

Passagem interrompida

A ocupação da passagem de Rafah pelos israelenses é preocupante, pois trata-se de importante rota para o fornecimento de ajuda humanitária aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Na verdade, o governo facinoroso de Benjamin Netanyahu insiste em um inegável genocídio.

Com o apoio de políticos ultrarradicais, que dão sustentação ao seu governo, Netanyahu teima em levar adiante a investida criminosa em Gaza porque precisa manter-se no poder. Do contrário, terá de enfrentar vários processos na Justiça israelense.

Fontes do Crescente Vermelho no Egito disseram que a ajuda a Gaza havia sido completamente interrompida em Rafah e na passagem Kerem Shalom, controlada por Israel.

“A ocupação israelense condenou os residentes da Faixa de Gaza à morte após o fechamento da passagem de fronteira de Rafah”, disse Hisham Edwan, porta-voz da autoridade da passagem de fronteira de Gaza. (Com agências internacionais)


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