No final de 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então eleito, anunciou sua equipe de governo, afirmamos que a cúpula palaciana imporia ao chefe do Executivo situações de dificuldade, como tem ocorrido desde então.
Além disso, a pressão exercida pelo PT para abocanhar cargos na estrutura do governo é perigosa em termos políticos, especialmente porque o “centrão”, bloco parlamentar informal, também avança na mesma direção.
Contando com uma base de apoio na Câmara dos Deputados com aproximadamente 100 parlamentares, o governo tende a colecionar derrotas, inviabilizando projetos de interesse da população e do País.
Como se não bastasse, a ala do PT que atualmente comanda a legenda decidiu dar uma perigosa guinada à esquerda, ignorando a polarização política que vem corroendo o Brasil desde as eleições de 2018.
Delegar a articulação política do governo a Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, foi um erro primário de Lula, que sempre se destacou por sua habilidade na relação com os demais Poderes.
Contabilizados os reveses no Congresso Nacional, Lula, a partir de agora, passará a receber líderes e vice-líderes de partidos, além de se reunir com ministros para tratar de projetos que tramitam no Legislativo.
“O presidente está sempre à disposição de manter um contato. E é muito importante que ele esteja com essa disposição sempre, de manter o contato com os líderes e parlamentares porque nada substitui a presença do presidente da República”, afirmou Padilha durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (3).
O ministro foi além e minimizou as derrotas do governo no Congresso. Padilha afirmou que há no Parlamento uma avaliação positiva do governo, principalmente em relação aos projetos econômicos e sociais. Parlamentares só aprovam projetos que interessam ao Planalto depois de investidas chantagistas, quando cobram contrapartidas espúrias.
A figura do presidente da República tem peso, é verdade, mas muitos assuntos devem ser tratados pela equipe de governo. Quando deputados do próprio PT e parlamentares que têm demandas atendidas pelo Palácio do Planalto votam contra o governo é porque a articulação política é falha, talvez inexista. Em suma, Padilha é a pessoa errada no cargo errado.
Após a corrida presidencial de 2022, Lula ouviu de um ex-presidente da República que sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto seria a pior delas. Fatos recentes mostram que o ex-mandatário tem vocação para profecias.
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