Netanyahu dissolve gabinete de guerra; acordo de cessar-fogo permanece no impasse

 
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra, mecanismo criado em 11 de outubro de 2023 para a tomada de decisões sobre a operação militar na Faixa de Gaza, lançada logo após o ataque do grupo terrorista Hamas no dia 7 de outubro, disseram autoridades israelenses nesta segunda-feira (17).

A dissolução do gabinete de guerra se dá apenas uma semana após a saída do governo do ex-general centrista Benny Gantz. O fórum havia sido criado a pedido de Gantz, como condição para que ele integrasse o governo de unidade nacional e como medida para afastar da tomada de decisões sobre a guerra os apoiadores extremistas de Netanyahu.

O fórum também incluía Gadi Eisenkot, que assim como Gantz é membro do partido Unidade Nacional, e Aryeh Deri, chefe do partido ultraortodoxo Shas, como observadores.

Gantz e Eisenkot deixaram o governo na semana passada, devido ao que eles disseram ser o fracasso de Netanyahu em criar uma estratégia para a guerra na Faixa de Gaza. Com a saída deles, a dissolução do gabinete de guerra por Netanyahu já era esperada.


 
Novo fórum de consultas

Netanyahu deverá agora passar a realizar consultas sobre a guerra de Gaza num fórum de consulta menor, que reunirá um pequeno grupo, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, e Deri, do partido Shas.

Esse novo fórum impede que dois parceiros nacionalistas-religiosos de Netanyahu no governo, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, entrem no círculo de poder da guerra. O primeiro-ministro havia enfrentado exigências deles para serem incluídos no gabinete de guerra, o que certamente elevaria ainda mais as tensões com os parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos.

Netanyahu, Gallant e Gantz eram os únicos membros votantes do gabinete de guerra, enquanto Eisenkot, Deri e Dermer eram membros observadores.

Frustração com Netanyahu

Gantz, um rival político de longa data de Netanyahu, e Eisenkot são membros do partido de centro-direita Unidade Nacional, que se juntou ao governo de emergência criado por Netanyahu após a guerra, mas saiu na semana passada alegando frustração com a forma como Netanyahu lidou com a guerra e a falta de um plano pós-guerra para Gaza.

Críticos afirmam que a tomada de decisões de Netanyahu em tempos de guerra foi influenciada por ultranacionalistas em seu governo, que se opõem a um acordo que traria um cessar-fogo em troca da libertação de reféns. (Com agências internacionais)


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