Operação Venire: Polícia Federal cumpre mandados em caso de vacinação falsa de Bolsonaro

 
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (4) a segunda fase da Operação Venire, que apura a inserção de dados falsos nos registros de vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, incluindo a suposta fraude nos cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no final de 2022.

Os alvos da operação são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde do município. Segundo a PF, eles estariam entre os responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação no sistema.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A corporação afirma que apura a existência de uma associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Investigações da PF apontam que o suposto esquema de fraude de vacinas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ocorria através de encomenda, mediante pagamento ou interferência política e tráfico de influência.

Em outras buscas, a PF identificou a existência de outros beneficiários do suposto esquema de falsificação de cartão de vacina em Duque de Caxias que não teriam qualquer relação com Bolsonaro.

Os investigadores suspeitam que o esquema não teria sido criado exclusivamente para beneficiar o ex-presidente e aliados, mas já existiria antes.


 
Primeira fase teve operação contra Bolsonaro

A primeira fase da Operação Venire foi deflagrada em maio de 2023. À época, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, foi preso. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido pela PF na residência do ex-presidente, em Brasília.

A operação investiga a adulteração no cartão de vacina de Bolsonaro, da filha do ex-presidente, Laura, e de Mauro Cid. A imunização teria sido feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Parque Peruche, em São Paulo, no dia 19 de julho de 2021.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, apesar de haver registro no sistema com o CPF de Bolsonaro, a UBS nunca atendeu o ex-presidente, nem recebeu o lote da vacina citado no registro. Além disso, a profissional registrada como vacinadora nunca trabalhou na unidade mencionada.

Ainda à época, o Ministério da Saúde informou que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro. Segundo a pasta, não houve relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema no período investigado pela PF.

Em depoimento à PF no ano passado, o ex-presidente Bolsonaro negou ter conhecimento sobre inserção de dados falsos em sua carteira de vacinação e alegou que, se Mauro Cid adulterou cartões, foi à sua revelia.


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