Polícia Federal indicia Jair Bolsonaro e onze ex-assessores no escândalo das joias sauditas

 
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (4), no inquérito das joias sauditas, que apura se ele e ex-assessores se apropriaram indevidamente de joias milionárias presenteadas ao governo brasileiro quando o golpista estava à frente do Executivo.

Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos, irregularidades que ele nega, como sempre faz quando está em situação de dificuldade.

Também foram indiciados Bento Albuquerque (apropriação de bens públicos e associação criminosa), José Roberto Bueno Júnior (apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro), Júlio Cesar Vieira Gomes (apropriação de bens públicos, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa), Marcelo da Silva Vieira (apropriação de bens públicos e associação criminosa), Marcos André dos Santos Soeiro (apropriação de bens públicos e associação criminosa), Mauro Cesar Barbosa Cid (apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro), Fabio Wajngarten (lavagem de dinheiro e associação criminosa), Frederick Wassef (lavagem de dinheiro e associação criminosa), Marcelo Costa Câmara (lavagem de dinheiro), Mauro Cesar Lourena Cid (lavagem de dinheiro e associação criminosa) e Osmar Crivelatti (lavagem de dinheiro e associação criminosa).

O relatório final da PF com as conclusões e os detalhes sobre os possíveis indiciamentos foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.

Na sequência, Moraes encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe analisar os resultados das investigações e decidir se há evidências suficientes para pedir o indiciamento de Bolsonaro ou se novas diligências são necessárias.


 
Caso considere procedente a denúncia, a PGR pode mudar a lista de crimes atribuídos aos indiciados, com inclusão ou supressão de ilícitos.
As investigações da PF mostram que os itens presenteados ao governo brasileiro começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022. Entre os presentes estava um conjunto de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um masbaha (espécie de rosário árabe). O conjunto de joias foi dado a Bolsonaro durante viagem oficial à Arábia Saudita, em outubro de 2019.

Parceria com o FBI

Em abril, uma equipe da Polícia Federal viajou aos Estados Unidos para aprofundar as investigações sobre as joias. Em junho, a PF informou a descoberta de nova joia que seria “importante para as investigações sobre o grupo de Bolsonaro”. A investigação em território americano resultou de parceria com o FBI.

Na ocasião, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, disse que apurava se o item foi negociado pelo grupo ligado a Bolsonaro nos Estados Unidos.

Atraso no inquérito

Novas descobertas no celular do advogado Frederick Wassef postergaram a conclusão do inquérito. A PF informou, em junho, que as de informações eram relevantes e reforçavam as investigações sobre as joias sauditas.

Wassef é personagem importante nesse inquérito porque, de acordo com a PF, ele participou da “operação de resgate” dos kits que tinham sido negociados no exterior e tiveram de ser recuperados para a entrega às autoridades.

O advogado teria agido em conjunto com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, que foi preso e firmou acordo de colaboração premiada.


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.