Uma série de bombardeios russos na Ucrânia deixou nesta segunda-feira (8) ao menos 36 mortos em vários pontos do país e atingiu dois hospitais, um deles especializado no atendimento de crianças, provocando condenação internacional, na véspera de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne para discutir os ataques, que atingiram o hospital pediátrico Okhmatdyt de Kiev. A reunião foi solicitada pela França e pelo Equador, convocação que foi imediatamente apoiada pelo Reino Unido e pelos EUA.
A embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, que esteve no hospital no início deste ano, chamou o bombardeio de “covarde e depravado” e prometeu, citando seu secretário de Relações Exteriores, David Lammy, que os responsáveis por essa guerra deverão responder por suas ações, escreveu na rede social X.
A missão diplomática dos EUA disse que este foi “outro ataque selvagem com mísseis contra civis na Ucrânia” e que o presidente russo, Vladimir Putin, “deve pôr fim a essa guerra de agressão inconcebível”.
Rússia culpa defesa antiaérea ucraniana
Antecipando o que pode ser ouvido no Conselho de Segurança na terça-feira, a missão russa na ONU publicou a versão dos eventos do Ministério da Defesa russo, que atribui as baixas civis nos ataques desta segunda-feira às defesas antiaéreas ucranianas, de acordo com “inúmeras fotografias e gravações de Kiev”.
A pasta acrescentou que “os supostos ataques intencionais a prédios civis das Forças Armadas russas são falsos”.
O ataque maciço de mísseis russos na segunda-feira afetou, além da capital ucraniana, as cidades de Dnipro e Krivi Rig, de onde é natural o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O ataque ocorre pouco antes da cúpula da Otan deste ano, a partir desta terça-feira em Washington, que novamente se concentrará em como os países membros podem continuar a ajudar militarmente a Ucrânia.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques russos, que qualificou de “particularmente chocantes”. “Realizar ataques contra civis é proibido pelo direito internacional, e esse tipo de ataque é inaceitável e deve cessar imediatamente”, afirmou o chefe da ONU, em comunicado.
Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, criticou que a Rússia continue a atacar alvos civis ucranianos. “A Rússia continua a colocar implacavelmente como alvo os civis ucranianos. Os ataques aéreos de hoje mataram ou feriram dezenas, e destruíram o maior hospital infantil de Kiev, Okhmatdyt”, escreveu Borrell na rede social X. Ele ressaltou que “todos os responsáveis pelos crimes de guerra russos terão que prestar contas”.
Um dos primeiros a condenar os ataques foi o novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmando que “atacar crianças inocentes” é “a mais doentia das ações”.
“Nós apoiamos a Ucrânia contra a agressão russa; o nosso apoio não diminuirá”, ressaltou Starmer.
Os ministérios das Relações Exteriores da França e da Alemanha também expressaram sua condenação pelos ataques.
“Os atos bárbaros, dirigidos deliberadamente contra um hospital infantil, deveriam ser adicionados à lista de crimes de guerra pelos quais a Rússia terá que responder”, afirmou a diplomacia francesa. (Com agências internacionais)
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