Ex-presidente dos Estados Unidos e candidato a uma nova temporada na Casa Branca, o republicano Donald Trump não demorou para tirar proveito do atentado de que foi alvo, durante comício no estado da Pensilvânia. Como poucas vezes na história global, Trump deixou o local comemorando o atentado. Possivelmente foi a primeira vez que isso ocorreu.
Logo após o ataque a tiros ser noticiado pela imprensa internacional, o UCHO.INFO recebeu diversos telefonemas de pessoas interessadas em saber sobre a possibilidade de uma armação. A exemplo do que ocorreu com Jair Bolsonaro no caso do ataque a faca, na cidade de Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018, o atentado a Trump decorreu da irresponsabilidade e do desleixo das autoridades.
Na verdade, o atentado na Pensilvânia – que pode ser classificado como “terrorismo doméstico” –, tem sua origem na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, evento incentivado pelo próprio Trump, que não aceitou a derrota para o democrata Joe Biden, atual presidente dos EUA e por enquanto candidato à reeleição. Em suma, Trump experimenta do próprio veneno.
Agentes do serviço secreto americano responsáveis pela segurança de Donald Trump foram avisados sobre a presença de um atirador no telhado de um prédio a 120 metros do local do comício, mas preferiram ignorar o alerta dos apoiadores do candidato republicano.
Causa espécie o fato de uma pessoa portando um fuzil semiautomático estar tão próximo do palanque onde Trump discursou para apoiadores. Além disso, o responsável pelo tiro que atingiu a orelha direita do ex-presidente tinha explosivos no carro.
As autoridades americanas precisam investigar a vulnerabilidade da segurança que o serviço secreto disponibiliza a Donald Trump, privilégio de todos os ex-presidentes dos Estados Unidos. É impossível aceitar o fato de que os agentes foram alertados sobre a presença de um atirador nas proximidades do evento de campanha e não tomaram providências.
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Lá e cá
No Rio de Janeiro, por exemplo, onde o crime organizado manda e desmanda, policiais mataram a tiros um morador do Morro Chapéu Mangueira porque confundiram um guarda-chuva com fuzil. Em 19 de setembro de 2018, chovia na capital fluminense e Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, que trabalhava como vigia em um bar de Ipanema, saiu de casa com o guarda-chuva para buscar a mulher e os filhos. Foi morto pelos agentes de segurança por conta de um engano inaceitável.
Em 2016, policiais mataram Jhonata Dalber Matos Alves, de 16 anos, com um tiro na cabeça porque concluíram que o jovem estava com drogas. Morador do Morro do Borel, na Tijuca, Jhonata tinha nas mãos um saco de pipoca.
Em maio de 2010, em Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro, um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) matou um morador ao confundiu uma furadeira com uma arma de fogo.
Por outro lado, nos Estados Unidos, onde compra-se armas de fogo com a mesma facilidade que se compra um saco de pipoca, um atirador portando fuzil é ignorado pelas autoridades. Se a ordem do dia é impulsionar a teoria da conspiração, é permitido imaginar que alguém do serviço secreto não simpatiza com Trump.
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