Boletim Brasil em Paris – IV

 
Surfe

O Brasil já tem presença confirmada na semifinal do torneio masculino de surfe dos Jogos Olímpicos de Paris, isso porque Gabriel Medina e João Chianca brilharam nesta segunda-feira (29) nas ondas de Teahupoo, no Taiti, para se garantirem nas quartas de final da competição, etapa na qual protagonizarão um confronto brasileiro.

Grande protagonista das oitavas de final do surfe, o tricampeão mundial Gabriel Medina bateu o japonês Kanoa Igarashi, algoz do brasileiro na última edição dos Jogos Olímpicos (Tóquio) por 17,40 a 7,04. Para ficar com a vitória, o surfista de São Sebastião mostrou parte de seu repertório de grandes manobras, incluindo um tubo que lhe garantiu uma nota 9,90.

“É um sonho disputar as Olimpíadas nessas condições. Nunca imaginei que estaríamos mostrando para o mundo esse tipo de surfe, pois não é sempre que encontramos condições como essas. Vivo um sonho hoje. Estou feliz em ter a oportunidade de representar o meu país”, disse Medina.

O outro brasileiro avançar na competição foi João Chianca, o “Chumbinho”, que superou o marroquino Ramzi Boukhiam por 18,10 a 17,80 em uma bateria muito disputada. Desta forma, “Chumbinho” e Medina protagonizarão confronto brasileiro em busca de uma vaga nas semifinais do torneio olímpico.

Boxe

A brasileira Bia Ferreira iniciou a caminhada no torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris, nesta segunda-feira (29), com uma vitória, por decisão unânime, sobre a norte-americana Jajaira Gonzalez nas oitavas de final da categoria peso-leve (até 60 quilos).

A brasileira, atual campeã mundial pela Federação Internacional de Boxe (IBF), não teve muitas dificuldades para superar uma adversária qualificada, que é atual medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos Santiago. “Foi uma boa estreia. Lutamos há pouco tempo, no Pan, e eu sabia que eu tentaria uma estratégia diferente. Dessa vez ela tentou vir para cima de mim, mas não teve sucesso. Foi do jeito que a gente planejou, não tive muitas surpresas. Estou no jogo. Quero muito mais uma medalha olímpica [após a prata nos Jogos de Tóquio], mas é uma luta de cada vez”, declarou Bia Ferreira.

Quem acabou tendo uma despedida do torneio de boxe em Paris foi Abner Teixeira. O paulista, que conquistou o bronze na última edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio (Japão), foi derrotado pelo equatoriano Gerlon Chala e se despediu da disputa da categoria superpesado (acima de 92 quilos).

“Quero assistir a luta para ver onde errei. Mudei a estratégia no meio do combate, achei que tivesse feito o bastante, mas não foi o necessário. Eu sou muito competitivo e queria fazer história aqui novamente. Agora é voltar para casa e pensar nos próximos passos”, declarou o medalhista de prata no Pan-Americano de Santiago.

Judô

Contundida e emocionada, a judoca Rafaela Silva teve frustrada sua tentativa de uma segunda medalha olímpica ao perder duas lutas em Paris. Contudo, a atleta promete seguir sua trajetória para tentar disputar sua quarta Olimpíada, em Los Angeles. Em 2028, ela terá 36 anos.

Ao responder às perguntas, Rafaela chorava bastante pelo sentimento de ter renunciado a diversas coisas para focar na conquista da segunda medalha.

“Sempre muito doloroso, porque é o meu terceiro Jogos Olímpicos. Não vou encerrar aqui hoje. Como eu já tinha falado antes dos jogos, eu tenho o objetivo de ir até Los Angeles”, contou Rafaela Silva.

“Então eu queria essa medalha. Eu abdiquei do campeonato mundial esse ano, focada nessa medalha olímpica. Eu treinei, estudei, foquei no meu trabalho, nas minhas adversárias. Mas eu sabia que é uma competição dura, é uma Olimpíada. E a medalha acaba sendo definida no detalhe.”

O detalhe mencionado por Rafaela era relacionado ao golpe final que tentou na japonesa Haruka Funakubo, na disputa da medalha de bronze. Ela acabou caindo de cabeça no chão, foi punida com o “shido” e perdeu a luta já que acumulava duas penas anteriores.

Tênis

Nova vitória para o tênis brasileiro nas duplas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Após a dupla Thiago Monteiro e Thiago Wild, nesta segunda-feira (29), foi a vez de Bia Haddad Maia e Luísa Stefani também passarem para as oitavas de final no torneio e manterem forte a esperança de medalha no esporte.

A dupla “Bilu”, como a audiência da transmissão da CazéTV elegeu, mostrou personalidade contra as chinesas Yuan Yue e Zhang Shuai, venceu por 2 sets a 0, com um duplo 6/4. As brasileiras são as sextas cabeças de chave em Paris e têm ótimos resultados nas duplas, com outras parceiras, no circuito mundial.

“É especial, é muito gostoso. Os brasileiros gostam de torcer, a gente tem esse calorzinho no coração diferente. É muito gratificante estar na posição de estar na quadra e eles gritarem o meu nome e o nome do Brasil. Confesso que é uma gratidão indescritível. A gente trabalha muito duro, e esses momentos são muito gratificantes. A gente deixa de fazer só pela gente, a gente faz também pelas pessoas e é muito especial dividir essa felicidade com todo mundo”, declarou Bia Haddad.

Skate

O brasileiro Kelvin Hoefler terminou a final do “skate street” masculino na sexta colocação. O brasileiro não conseguiu repetir a prata de Tóquio-2020 em uma final de nível jamais visto no skate. O japonês Yuto Horigome conquistou o bicampeonato na última manobra, os americanos Jagger Eaton, prata, e Nyjah Huston, bronze, completaram o pódio.

Kelvin começou a decisão com uma boa volta. Sem erros, o brasileiro emplacou um 87.25, tirando a pressão para arriscar na segunda chance. A queda na segunda tentativa, somada a uma leve torção no tornozelo deixaram o brasileiro em condição difícil para brigar por medalha.

Ele chegou à fase das manobras com a sexta colocação e começou deixou a pressão para os rivais, acertando um movimento que rendeu 90.14. A segunda tentativa de manobra foi frustrada na descida do corrimão e Levin perdeu o skate.


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