O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre soube que a Venezuela vive sob um regime autoritário, ou seja, a anos-luz de uma democracia. Mesmo assim, Lula preferiu cair na esparrela do ditador Nicolás Maduro, enviando a Caracas, na condição de observador eleitoral, o assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim.
A ida de Amorim à Venezuela foi um erro primário e grotesco do governo brasileiro, que deixa Lula em situação delicada diante da escandalosa fraude eleitoral que garantiu ao tiranete bolivariano mais um mandato de seis anos.
Após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciar a reeleição de Maduro, mesmo sem apresentar as atas de votação, o Palácio do Planalto adotou um silêncio quase obsequioso, na expectativa de que o cenário pudesse mudar, o que não aconteceu.
Antes da corrida presidencial, Nicolás Maduro falou em “banho de sangue” caso não vencesse a disputa contra o oposicionista Edmundo González Urrutia, que alega ter conquistado a maioria dos votos dos venezuelanos.
Na última semana, o ditador venezuelano ousou fazer ataques ao sistema eleitoral brasileiro, alegando que as urnas eletrônicas não são auditáveis, o que não confere com a realidade. Diante da infâmia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar observadores para acompanhar a eleição no país vizinho.
Encerrado a eleição na Venezuela, Celso Amorim encontrou-se com Maduro, de quem cobrou a apresentação das atas de votação. O mandatário venezuelano disse que as atas serão divulgadas nos próximos dias, alegando que a demora se deve à tentativa de um ataque hacker ao sistema eleitoral do país. Na verdade, Maduro precisa de mais tempo para dar tentar dar ares de veracidade à escandalosa fraude eleitoral.
Para piorar a situação do governo Lula, o Partido dos Trabalhadores reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro. Na noite de segunda-feira (29), a Executiva nacional da legenda divulgou nota em que cumprimenta o povo venezuelano.
“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, destaca a nota.
Se a ida de Celso Amorim à Venezuela foi um grosseiro equívoco, a decisão do TSE de não enviar observadores tira da Justiça Eleitoral brasileira a possibilidade de questionar uma eleição fraudulenta.
Resta saber como se posicionará o presidente Lula, que, ideologia à parte, não pode ignorar a realidade dos fatos e, principalmente, que a Venezuela há muito desconhece o que é democracia. O que Nicolás Maduro tem feito ao longo dos últimos anos é realizar eleições fraudulentas para travestir o regime local com uma fajuta fantasia de democracia.
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