Boletim Brasil em Paris – VI

 
Futebol feminino

A seleção feminina de futebol do Brasil perdeu por 2 a 0 para a Espanha, campeã mundial na modalidade nesta quarta-feira (31) pelo Grupo C dos Jogos Olímpicos de Paris. A situação da equipe ficou mais complicada após a expulsão da principal jogadora brasileira, Marta, nos acréscimos do primeiro tempo. Marta levou cartão vermelho ao chegar atrasada em uma disputa de bola e chutar a cabeça da espanhola Olga Carmona. A partida foi disputada na cidade de Bordeaux.

Os gols espanhóis foram marcados por Athenea del Castilho, aos 13 minutos do segundo tempo, e Alexia Putellas, já nos acréscimos. Com o resultado, o Brasil encerrou a primeira fase na terceira posição do grupo, com apenas 3 pontos conquistados na partida de estreia, quando venceu a Nigéria por 1 a 0. As brasileiras deixaram o campo torcendo por uma vitória dos Estados Unidos contra a Austrália, para avançar às oitavas de finais – o que acabou acontecendo, pelo placar de 2 a 1.

Judô

O paulista Rafael Macedo bateu na trave na busca de mais uma medalha para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de 2024. O peso-meio-leve (até 90kg) se classificou na repescagem com grande vitória sobre o sul-coreano Juyeop Han, mas na disputa do bronze foi derrotado pelo francês Maxime-Gael Ngayap Hambou, por acúmulo de punições, no início da tarde desta quarta-feira, na Arena do Campo de Marte.

Macedo buscou a pegada desde o início. Hambou se esforçava para arrancar as mãos do brasileiro. Com menos de um minuto, os dois judocas receberam shido (punição) por falta de combatividade. O francês tentou uma entrada que foi defendida e o paulista buscou uma chave de braço, mas não encaixou. Em seguida, Macedo derrubou Hambou com um o-uchi-gari, mas o árbitro não pontuou a queda. Os dois voltaram a ser punidos com shido e ficaram pendurados com dois minutos restando.

Macedo encaixou um uchi-mata, mas o francês caiu de frente e, na sequência, arriscou uma técnica de sacrifício, bem defendida pelo brasileiro. Macedo novamente projetou Hambou, mas o lutador da casa evitou a pontuação no último instante. O paulista deu outra queda em que o francês evitou colocar as costas no chão e, ao tentar a chave de braço no chão, cometeu duas penalidades, ao pegar por dentro da manga do adversário e trançar as pernas ao redor da cabeça do oponente. Foi desclassificado e perdeu a medalha para Hambou.

Canoagem slalom

A brasileira Ana Sátila ficou na quinta colocação na disputa da canoa individual da canoagem slalom. Ela desceu as corredeiras com o tempo de 112.70. Esse é o melhor resultado do Brasil na C1. Jessica Fox (AUS) ficou com a medalha de ouro. Elena Lilik (ALE) e Evy Leibfarth (EUA) completaram o pódio.

Sátila foi a 8ª canoísta a entrar na corredeira. Isso porque ela avançou a decisão com o quinto melhor tempo, conquistado na semifinal. Antes, a alemã Elena Lilik jogou a pressão para as rivais que vinham em sequência. Ela cravou uma descida em 103.54s, melhor do que todas as adversárias nas classificatórias.

Ciclismo BMX

Gustavo Bala Loka respirou fundo segundos antes de descer a primeira rampa na pista do La Concorde. Parecia condensar em si toda a concentração na busca por uma medalha inédita para o Brasil no ciclismo BMX freestyle em Paris. As duas voltas sem erros, contudo, não foram suficientes.

O brasileiro apresentou menor nível de dificuldade que outros rivais, fez 90.20 e 88.88 nas notas e terminou em sexto lugar. Foi o melhor resultado de um brasileiro nas modalidades de ciclismo nas Olimpíadas.

– O primeiro objetivo brasileiro era estar aqui. É um feito histórico pro BMX. Agora a próxima é conseguir uma medalha para o Brasil – disse Bala Loka ao Sportv.

O ouro terminou na Argentina: Jose Torres Gil, com 94.82 na primeira volta, para conquistar a primeira sul-americana na categoria.

Boxe feminino

O sonho do ouro olímpico no torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris continua vivo para a brasileira Bia Ferreira, que derrotou a holandesa Chelsey Heijnen por decisão unânime (5-0) na tarde desta terça-feira (31) para se garantir nas semifinais do peso-leve (até 60 quilos).

Porém, independentemente do resultado de sua próxima luta, a baiana, atual campeã mundial pela Federação Internacional de Boxe (IBF), já garantiu um lugar no pódio em Paris, pois não há disputa pelo bronze no boxe olímpico, com os dois perdedores das semifinais conquistando medalhas.

Além da possibilidade de conquistar o ouro olímpico, Bia terá a oportunidade de exorcizar um fantasma, pois enfrenta na semifinal a irlandesa Kelllie Harrington, que derrotou a brasileira na decisão dos Jogos Olímpicos de Tóquio (2020). O combate está programado para ser realizado no próximo sábado (3), a partir das 17h08 (horário de Brasília).

“Vim para buscar a mãe de todas, a dourada. E, ironia do destino, a gente se encontrou e agora vou brigar com unhas e dentes para conseguir essa vitória, já que não aceitei aquele resultado em Tóquio”, declarou Bia sobre a futura revanche.

Boxe masculino

Luiz Oliveira chegou às Olimpíadas de Paris 2024 com um sonho: igualar o feito do avô, Servílio de Oliveira, e conquistar uma medalha olímpica no boxe. O jovem paulista de 23 anos, contudo, terá de esperar até Los Angeles 2028 para fazê-lo. Nesta quarta-feira, o peso-pena (até 57kg) brasileiro foi derrotado pelo americano Jahmal Harvey, terceiro cabeça de chave do torneio, numa controversa decisão dividida (3-2) e foi eliminado logo na estreia.

Os dois pugilistas se conheciam de longa data: se enfrentaram cinco vezes antes de chegar a Paris, com três vitórias de Harvey e duas de Oliveira. O último confronto havia sido na final dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, com vitória do americano.

O brasileiro Wanderley Pereira superou por decisão unânime o haitiano Cedrik Duliepe na disputa do peso meio-pesado (até 80 quilos) do torneio de boxe nesta terça-feira (30) e ficou a apenas uma vitória de uma medalha dos Jogos Olímpicos de Paris (França). Com este triunfo o baiano de Conceição de Almeida chegou às quartas de final.

Assim, caso alcance as semifinais, Wanderley garante um lugar no pódio, pois não há disputa do bronze no boxe olímpico, com os dois perdedores das semifinais conquistando medalhas.

“Consegui seguir a minha estratégia, que era trabalhar bastante a mão da frente, mover para os lados e surpreender com golpes de velocidade. Deu certo e consegui sair com uma vitória tranquila”, declarou o baiano após o combate.

Tênis de mesa

Um dos grandes nomes da delegação brasileira em Paris, Hugo Calderano fez valer o favoritismo diante do anfitrião francês Alexis Lebrun. Número 6 do mundo, o carioca de 28 anos avançou às quartas de final, após derrotar Lebrun (16º no ranking) por por 4 sets a 1 (parciais de 3/11, 11/5, 11/6, 11/3, 11/8). O brasileiro volta a jogar na quinta-feira (1º), em horário que ainda será definido, em busca de uma inédita vaga na semifinal olímpica. O adversário será o sul-coreano Woojin Jang.

Nem o apoio maciço da torcida na arena Paris Sul foi suficiente para impedir a vitória do carioca nas oitavas. O duelo não começou bem para o brasileiro. No primeiro set, o francês esteve melhor e venceu com tranquilidade por 11/3. Hugo devolveu na segunda parcial, vencendo por 11/5. O terceiro set começou com Lebrun na frente. Mas logo Calderano empatou e abriu vantagem, fechando em 11/6 e virando o jogo. A parcial seguinte foi ainda mais tranquila para o brasileiro, que se aproveitou dos erros do oponente para vencer por 11/3.

Vôlei masculino

A seleção brasileira masculina de vôlei lutou como nunca, mas perdeu de virada para a Polônia, no “tie-break”, na manhã desta quarta-feira (31), na Olimpíada de Paris. Os adversários venceram por 3 sets a 2 (parciais de 25/22, 25/19, 25/19, 25/23 e 15/12). Apesar do segundo revés seguido na fase de grupos – na estreia foi superado pela Itália (3 a 1) – o Brasil segue em condições de avançar às quartas de final.

A seleção é a atual terceira colocada no Grupo B com um ponto e vai enfrentar o Egito na sexta-feira (2), 8h (horário de Brasília). A depender da combinação de resultados nas outras chaves, uma vitória por 3 sets 0 classifica os brasileiros para as quartas. Pelas regras do torneio olímpico, passam para o “mata-mata” os dois mais bem colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados. Na chave do Brasil, Itália e Polônia já tem lugar garantido nas quartas de final, e se enfrentam no sábado (3) pela liderança do grupo.

Vôlei de praia masculino

Os brasileiros Evandro e Arthur Lanci avançaram para as oitavas de final do torneio de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Paris (França) após derrotarem os canadenses Schachter e Dearing por 2 a 0 (parciais de 21/13 e 21/16) nesta quarta-feira (31).

O próximo compromisso dos brasileiros, pela última rodada do Grupo E, será contra a dupla da República Tcheca Perusic e Schweiner, a partir das 16h (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (2) em confronto que definirá o primeiro colocado da chave.

O torneio de vôlei de praia masculino nos Jogos de Paris 2024 reúne 24 duplas divididas em seis grupos de quatro equipes. Além de Evandro e Arthur, o Brasil conta também com a dupla André e George.

Triatlo

Miguel Hidalgo conseguiu o primeiro top 10 para o Brasil em Olimpíadas nesta quarta-feira. O brasileiro fez uma prova de recuperação na bicicleta após não ficar entre os líderes na natação e chegou a brigar pelas primeiras posições. No final da corrida, esteve em quinto, a 3 segundos da terceira colocação.

Contudo, Hidalgo perdeu forças nos quilômetros finais e fechou a disputa na décima posição. O britânico Alex Yee conquistou o ouro com uma ultrapassagem nos metros finais da prova. Ele fechou o triatlo com 1h42m33s. O neozelandês Hayden Wilde foi o segundo. O francês Leo Bergere completou o pódio. O brasileiro Manoel Messias terminou na 45ª colocação.

A prova foi realizada após a polêmica envolvendo a poluição do Rio Sena, que fez a etapa masculina ser adiada para esta quarta-feira. Apesar do grande desempenho na prova, Miguel Hidalgo, que está participando pela primeira vez de uma Olimpíada, lamentou ter ficado de fora do pódio. Frustrado, o brasileiro de 23 anos deu uma declaração forte e prometeu uma performance melhor nos próximos Jogos Olímpicos.


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