Morte dos líderes do Hamas e do Hezbollah aumenta a preocupação com a escalada do conflito

 
Além do impacto imediato nas negociações de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, a morte do líder político do grupo Hamas, Ismail Haniyeh, impulsionou o temor de uma escalada bélica de consequências imprevisíveis na região.

O poder bélico do Hamas tem por trás o governo de Teerã, que treina e financia o grupo extremista palestino. Nesta quarta-feira (31), o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou ser obrigação vingar a morte de Haniyeh e que Israel abriu caminho para uma “punição severa”. O governo israelense não se manifestou sobre a morte de Haniyeh.

Após as mortes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel desferiu “golpes severos” contra seus inimigos nos últimos dias, mencionando explicitamente a eliminação de Fouad Shukur, um dos principais comandantes do Hezbollah.

“Eliminamos o braço direito de Hassan Nasrallah [líder máximo do Hezbollah], que foi diretamente responsável pelo massacre de crianças”, afirmou Netanyahu, em referência ao ataque às Colinas de Golã.

“Continuamos unidos e determinados a enfrentar qualquer ameaça. Israel cobrará um preço muito alto por qualquer agressão de qualquer horizonte”, destacou.

O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que o ataque em Teerã certamente terá uma resposta à altura.


 
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Repercussão

A morte do chefe do Hamas repercutiu com força e rapidamente no Oriente Médio. Os rebeldes houthis, no Iêmen, e os extremistas do grupo Hezbollah, ambos aliados do Hamas, prometeram retaliação.

Governos do Líbano, Egito, Turquia, Omã e Jordânia criticaram o atentado e afirmaram temer a amplificação do conflito. O Qatar, que faz a mediação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e onde fica o escritório político do Hamas, expressou receio sobre o futuro do acordo de paz no enclave palestino.

Rússia e China também condenaram o assassinato do líder do Hama e externaram preocupação com as consequências do ataque.

Entre os países ocidentais que apoiam Israel, a palavra de ordem foi contenção. Os ministros do Exterior e da Defesa do Reino Unido desembarcaram no Qatar nesta quarta-feira (31), com a missão de viabilizar um acordo de cessar-fogo e evitar uma escalada do conflito.

Os Estados Unidos, que trabalham pelo fim da guerra na Faixa de Gaza, negaram envolvimento na morte de Haniyeh. O governo estadunidense destacou que a escalada da violência pode ser evitada. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que um acordo seria um caminho para evitar o aumento do conflito na região e que ambos os lados vão beneficiarão com o fim do conflito.


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