Boletim Brasil em Paris – VII

 
Ginástica artística

A brasileira Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata, em um embate histórico com a norte-americana Simone Biles, que ficou com o ouro na final individual geral feminina da ginástica artística, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A medalha de bronze ficou com a também norte-americana Sunisa Lee, ouro na Olimpíada de Tóquio, em 2020. Biles somou 59.131 pontos, seguida de Rebeca, com 57.932; e de Sunisa Lee, com 56.465.

A ginasta brasileira repetiu o feito de Tóquio 2020, quando também conquistou a medalha de prata na modalidade. A competição abrange quatro aparelhos: salto, paralela assimétrica, trave e solo. A nota final é a somatória das notas obtidas pelas atletas em cada um dos aparelhos.

Com a conquista, Rebeca tornou-se a mulher brasileira com o maior número de medalhas olímpicas – quatro no total. Outra brasileira classificada para a final, Flávia Saraiva, ficou em 9º lugar, com 54.032 pontos. Foi sua primeira participação na final desta modalidade.

Marcha atlética

Na primeira prova do atletismo nos Jogos Olímpicos de Paris, o brasileiro Caio Bonfim faturou a medalha de prata na marcha atlética. Foi a primeira conquista do atleta de 33 anos, que faz a quarta participação olímpica.

Os 49 atletas largaram às 8 horas, no horário da França (3h no horário de Brasília), para o percurso de 20 quilômetros pelas ruas da capital francesa. Desde o início da prova, Caio se manteve entre os primeiros colocados, junto ao pelotão principal. O brasileiro chegou a liderar por alguns quilômetros, mas na última volta o equatoriano Brian Pintado fez a ultrapassagem e se desgarrou na frente.

Mesmo com duas punições, Caio se manteve entre os primeiros e cruzou a linha de chegada em 1h19min09. O espanhol Alvaro Martin (1h19min11) foi bronze. A cerimônia de entrega das medalhas será amanhã (2), no Stade de France, palco das principais competições de atletismo.

Outros dois brasileiros participaram dos 20km da marcha atlética. Max Batista foi o 28º colocado e Matheus Correa terminou em 39º lugar.

Caio Bonfim já havia se aproximado da medalha nos Jogos Rio 2016, quando terminou a prova da marcha na quarta posição, até então o melhor resultado para o Brasil na prova. Em Londres (2012), sua estreia olímpica, ele passou mal e não completou o percurso. E em Tóquio (2021), o brasiliense terminou na 13ª colocação. O marchador também tem no currículo duas medalhas de bronze em mundiais de atletismo (2017 e 2023), além de três medalhas na prova individual em Jogos Pan-Americanos (prata em 2019 e 2023, bronze em 2013). receber a medalha de prata

Tênis de mesa

Uma vitória com autoridade para selar a chegada do tênis de mesa do Brasil a uma semifinal de Jogos Olímpicos pela primeira vez na história. Foi em sets diretos (4 a 0) que Hugo Calderano derrotou o sul-coreano Jang Woojin nas quartas de final, na melhor exibição dele na Olimpíada de Paris.

A semifinal está marcada para a manhã desta sexta-feira (2), em horário que ainda será definido: 6h ou 9h30, no horário de Brasília. O adversário do brasileiro, número 6 do mundo, será o vencedor do duelo entre o egípcio Omar Assar (22º no ranking mundial) e o sueco Truls Moregard (26º), que eliminou o chinês Wang Chuqin, número 1 do mundo.

“Sentimento é de muita felicidade em levar o tênis de mesa para um patamar tão alto nos Jogos Olímpicos. Mas logo em seguida já vem o sentimento de ‘vamos para o título’. Sei que ainda tenho dois jogos, ganhando ou perdendo, então tenho que manter o foco.” afirmou Hugo Calderano em entrevista ao canal Sportv.

Vôlei feminino

O Brasil venceu o Japão no vôlei feminino por 3 sets a 0, pela segunda rodada do Grupo B nos Jogos Olímpicos de Paris, com parciais de 25 a 20; 25 a 17 e 25 a 18. O destaque da partida foi a ponteira Gabi, que marcou 17 pontos.

Com a vitória, a equipe brasileira garantiu antecipadamente vaga nas quartas-de-final. O Brasil volta às quadras no domingo (4) para enfrentar a Polônia.

Em quadra, a expectativa era de grandes ralis, graças à escola japonesa, caracterizada por uma defesa bastante eficiente. No entanto, com exceção do início do primeiro set, a partida foi tranquila, com o Brasil se mantendo sempre à frente no placar.

A boa qualidade da defesa japonesa se confirmou no início da partida, deixando o set bastante disputado, sem grandes variações nas diferenças de pontos do placar. O set começou equilibrado, sem que uma equipe conseguisse abrir distância maior do que dois pontos, até que a levantadora Roberta conseguiu, em um ace, abrir três pontos de vantagem, deixando o placar em 19 a 16 para o Brasil.

A diferença de pontuação se manteve entre dois e três pontos até o set point, quando passou a quatro pontos, ficando o placar em 24 a 20 em favor do Brasil. O set foi então fechado, com um ponto de bloqueio, em 25 a 20.

Vôlei de praia feminino

Classificadas para as oitavas de final, Duda e Ana Patrícia venceram as italianas Valentina Gottardi e Marta Menegatti no vôlei de praia nesta quinta-feira (1) em Paris. As brasileiras bateram as italianas por 2 a 0 (parciais de 21/17 e 21/10). Com a vitória, as brasileiras fecham a fase de grupo na liderança.

Duda e Ana Patrícia venceram o primeiro set depois de um começo equilibrado entre as duas duplas. Elas bateram as italianas por 21 a 17. No segundo set, as brasileiras deram show na arena e garantiram vantagem de mais de 10 pontos em cima das italianas. O set fechou por 21 a 10 sem grandes problemas.

Ouro olímpico no vôlei de praia não vem desde 1996, em Atlanta. Elas estão a quatro vitórias da conquista do título e aguardam a definição das outras duplas classificadas para o “mata-mata”, que começa no domingo (4).

Natação revezamento 4×200 livre

Vinte anos depois, o mundo pôde acompanhar o retorno do Brasil na disputa pela medalha olímpica do revezamento 4x200m feminino. A equipe formada por Maria Fernanda Costa, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann e Gabrielle Roncatto pulou na piscina nesta quinta-feira (1º), para a final da prova das Olimpíadas de Paris e conseguiu a 7ª colocação — igualou a melhor colocação da história na modalidade, em Atenas-2004.

Maria Fernanda Costa, a Mafê, foi a primeira a cair na água, abrindo o revezamento com a parcial de 1min56s89. Stephanie Balduccini veio na sequência e fez 1min57s93; A terceira nadadora foi Maria Paula Heitmann, que completou o percurso em 1min59s43; e Gabrielle Roncatto fechou o revezamento com a parcial de 1min58s56. O tempo total ficou a apenas um décimo do recorde sul-americano na prova, obtido pelas brasileiras no Mundial de Doha neste ano.

Juntas, as nadadoras do Brasil completaram o revezamento em 7min52s90. O pódio foi formado por Austrália, que ficou com o ouro e bateu o recode olímpico (7min38s08), Estados Unidos, com a prata (7min40s86), e China, com o bronze (7min42s34).

Judô feminino

No penúltimo dia de disputais individuais do judô, os brasileiros foram eliminados precocemente e ficaram sem medalhas. A expectativa do público era grande por causa da presença de Mayra Aguiar. Um dos maiores nomes do judô brasileiro, ela coleciona três medalhas de bronze olímpicas nas últimas três edições dos jogos. Mas, depois de um ciclo olímpico marcado por lesões, Mayra se afastou das competições nos últimos meses, o que fez com que caísse no ranking mundial. E justamente por causa disso, o sorteio das chaves do torneio em Paris reservou um duelo de gigantes na abertura da categoria até 78 kg para mulheres.

Mayra Aguiar teve pela frente na estreia a italiana Alice Bellandi, atual número um do mundo. No tatame, as duas fizeram uma luta equilibrada, que só foi decidida no golden score, o tempo extra do judô. Bellandi aplicou um waza-ari e venceu o duelo, tirando as chances de pódio da brasileira.

“A derrota é dura. É muito ruim. Dói para caramba, é amarga, é doída, é um saco. Eu não gosto de perder nem brincadeira, imagina um negócio que a gente se doa tanto. Doa saúde, tempo de família, parte mental. É dieta rígida e restrita, treinar todos os dias com dor. Então não é só hoje, é o ciclo olímpico inteiro que é uma luta. E quando acaba assim, dessa forma, é muito ruim. Mas eu sei também que em todas as vezes que doeu muito, seja dentro do tatame ou fora, eu sempre levantei muito forte. Quanto mais dói, mais a gente se fortalece, e talvez eu esteja me apegando nisso agora”, disse em depoimento à Confederação Brasileira de Judô.

Handebol feminino

Após duas derrotas consecutivas para equipes europeias (Hungria e França), a seleção brasileira feminina de handebol tinha a difícil missão de se recuperar no torneio enfrentando a Holanda. O jogo começou equilibrado, mas logo as europeias abriram vantagem no placar, com um aproveitamento de 70% nos chutes a gol. No fim do primeiro tempo, 17 a 13 para as holandesas.

Na volta do intervalo, o Brasil melhorou em quadra, mas teve a pivô Tamires expulsa por falta antidesportiva. As adversárias se aproveitaram do momento para voltar a ampliar a margem na liderança. As brasileiras ainda buscaram, mas foi insuficiente para reverter a vantagem europeia. A Holanda fechou a partida em 31 a 24.

“A gente sabia que seria um jogo duro. Demos o nosso melhor, mas o importante agora é pensar no jogo contra Angola. Hoje, elas souberam aproveitar os nossos erros e a gente não levou bem. Agora é olhar para Angola. Sabíamos que seria difícil avançar mesmo com a vitória hoje”, disse Bruna de Paula, armadora e capitã do time.

Boxe feminino

Estreante em Jogos Olímpicos, a atual campeã pan-americana do peso-meio-médio (até 66kg), Bárbara Maria dos Santos, caiu na primeira luta nas Olimpíadas de Paris 2024. Ela foi superada pela taiwanesa Nien Chin Chen, ex-campeã mundial, por decisão unânime (5-0) nas oitavas de final nesta quinta-feira, na Arena Paris Norte.

A pugilista baiana de 33 anos de idade se emocionou ao dar entrevista após o revés que encerrou sua primeira olimpíada prematuramente.

“É saber que esse resultado não me define. Todos que me acompanham sabem da minha trajetória, sabem o quanto sou dedicada. Venho de família humilde, sou a única atleta da minha família. Deixei minha família na Bahia, meus pais, para buscar um sonho. São dias difíceis e longe da minha família, mas é justamente por isso que esse gosto de estar aqui é muito mais gratificante, faz muito mais sentido”, disse Bárbara.

Surfe

Gabriel Medina está classificado para as semifinais do surfe nas Olimpíadas de 2024, com a maior nota dia até então, 8.10 pontos. Com um mar difícil em Teahupoo, o tricampeão do mundo fez milagre e encontrou as melhores ondas, como era de se esperar.

O surfista eliminado foi outro brasileiro, João Chianca, que apesar de boas tentativas nas ondas da Polinésia Francesa, não foi suficiente para avançar. Na próxima fase, prevista para sábado, Gabriel Medina vai enfrentar o australiano Jack Robinson.

“Hoje foi uma bateria importante, contra o João, que é meu amigão e tivemos de nos enfrentar. Fico feliz de estar na semifinal. (…) Não gosto de competir contra brasileiro, mas tem tantos hoje em dia…”, disse Medina após a vitória.

O confronto entre Medina e Robinson acontece no próximo sábado (3), às 14h36. A vitória garante ao vencedor ao menos a medalha de prata.


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.