O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, disse que o país vai criar uma comissão especial com ajuda de assessorias russa e chinesa para avaliar o sistema de cibersegurança do país. As autoridades venezuelanas afirmam que um ataque hacker desestabilizou o sistema de comunicação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no dia da eleição, atrasando o trabalho do órgão.
Ainda segundo o mandatário venezuelano, por trás desse ataque estaria o multibilionário Elon Musk, dono da plataforma X, antigo Twitter, e de diversas indústrias, desde carros elétricos até satélites.
“Foi proposta e decidida a criação de uma comissão especial para avaliar, com assessoria russa e chinesa, o sistema de segurança do país que está a ser atacado, e especialmente o ataque que causou graves danos ao sistema de comunicação da CNE. O Poder Eleitoral informará o país, mas já foi solicitado a assessoria, pois tenho certeza de que os ataques foram dirigidos pelo poder de Elon Musk”, disse Maduro.
Nos últimos dias, Elon Musk tem atacado Maduro e as eleições venezuelanas nas redes sociais. Em abril deste ano, o multibilionário atacou a Justiça brasileira por tomar decisões contra supostos grupos organizados nas redes sociais envolvidos no 8 de janeiro de 2023 no Brasil, quando apoiadores do golpista Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Poderes, em Brasília, questionando o resultado eleitoral de 2022.
CNE
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela tem sido pressionado nos últimos dias para divulgar as atas eleitorais que permitem a auditoria dos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deu 51,21% dos votos à Maduro contra 44% à Edmundo González.
Como as atas não foram publicadas, parte da oposição tem alegado uma suposta fraude e convocado manifestações.
Atos violentos e protestos ocorreram em várias partes do país e já se calculam mortos, dezenas de feridos e centenas de presos. O governo Maduro acusa que há uma tentativa de golpe de Estado e forças opositoras pedem que os militares ajam contra o governo.
“Por detrás desse plano que denunciei está o império dos Estados Unidos, do tráfico de drogas colombiano, de Elon Musk e da direita extremista fascista do mundo. Eles vieram contra a Venezuela porque acreditaram que poderiam tomá-la. Baseado em todas as campanhas da rede sociais para desestabilizar uma sociedade”, disse Maduro em uma reunião com o Conselho de ministros de Estado.
Musk aceita desafio de Maduro
Após o ditador venezuelano dizer, em um discurso a apoiadores, que está pronto para brigar com Elon Musk, o bilionário e dono da rede social X afirmou em uma publicação que aceita e que Maduro “vai amarelar”.
O tiranete bolivariano acusa Musk de estar por trás do suposto ataque hacker que teria causado a demora na divulgação de resultados detalhados das eleições presidenciais do último domingo (28). “Você quer briga? Vamos nessa, Elon Musk. Estou pronto. Sou filho de Bolívar e de Chávez. Não tenho medo de você. É só dizer onde”, disse Maduro.
De acordo com o governo venezuelano, esse suposto ataque cibernético contra o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é a razão pela qual as atas das urnas eletrônicas ainda não foram divulgadas. Diversos países – incluindo o Brasil, a Colômbia e os Estados Unidos – pedem que a Venezuela disponibilize esses documentos para que a vitória de Maduro nas eleições possa ser atestada.
Nicolás Maduro precisava de transferir a alguém a culpa pela não divulgação das atas de votação e encontrou em Musk a pessoa certa. A grande questão é saber até quando o ditador venezuelano conseguirá sustentar a farsa.
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