Mais de 72 horas após declarar o ditador Nicolás Maduro como “vencedor”, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela seguia no final da manhã desta quinta-feira (1) sem divulgar os resultados completos da eleição presidencial no país, realizadas no último domingo. O CNE também cancelou uma coletiva de imprensa prevista para esta quinta-feira.
A demora do regime em divulgar os resultados e as atas da votação, considerando que o sistema de votação da Venezuela é eletrônico, vem sendo encarada por países vizinhos e pela oposição como um sinal de que o regime não quer admitir uma derrota e está tentando ganhar tempo para fraudar o pleito com a fabricação de números.
Regime segue sonegando resultados completos
Até o momento, o máximo que o regime anunciou sobre a eleição foi a leitura, na madrugada de segunda-feira, de uma simples folha de papel com números arredondados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso, conhecido aliado de Nicolás Maduro.
Na ocasião, diante das câmeras, Amoroso anunciou que seu padrinho político havia vencido o pleito com 51,2% dos votos, quando a contagem estava supostamente em 80%, e que o resultado era irreversível.
Na tarde desta quinta-feira, o site do CNE seguia fora do ar, ou seja, ainda não havia disponibilizado todas as atas da eleição. Não se sabe nem mesmo se a contagem total foi de fato concluída.
Os dados vagos divulgados até agora pelo regime provocaram imediata desconfiança entre boa parte da comunidade internacional e inúmeras acusações de fraude.
A oposição, que montou enorme operação para fotografar o máximo de boletins de urna e atas possíveis durante o pleito, afirma que tem como provar que seu candidato, Edmundo González, teve mais que o dobro de votos que Maduro.
Na quarta-feira, Maduro, ao ser questionado por um jornalista sobre a demora da divulgação dos dados detalhados, culpou a ação de supostos hackers e disse que o CNE está em meio “uma batalha cibernética nunca antes vista”.
Paralelamente, o tiranete bolivariano pediu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que audite as eleições. O anúncio foi duramente criticado por observadores, já que passa longe de uma avaliação independente, considerando que a corte é aparelhada pelo regime chavista.
Antes da eleição, o TSJ, a mais alta corte do país, barrou candidatos da oposição na corrida presidencial. Em 2017, o TSJ, em decisão totalitária, cassou os poderes da Assembleia Nacional, à época controlada pela oposição. (Com agências internacionais)
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