(*) Gisele Leite
O apresentador e candidato José Luiz Datena (PSDB) agrediu o também candidato e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) durante o debate acalorado na TV Cultura, no dia 15.9.2024. A emissora interrompeu o debate e expulsou o agressor.
Antes de sofrer a cadeirada de Datena, Marçal afirmara que o candidato agressor “não era homem”. A mediadora do referido debate, Denise Toledo, chegou a chamar os seguranças, porém, Datena retornou ao local onde estava posicionado e fora advertido. Mesmo depois de desferido uma cadeirada certeira no opositor, Datena ainda pegou uma segunda cadeira, mas não jogou.
Foi contido por seguranças e por Ricardo Nunes (MDB) que era o dono da segunda cadeira. A agressão aconteceu durante o quarto bloco do debate televisivo e a tensão se acentuava desde o segundo bloco, quando Marçal afirmou que Datena havia assediada uma mulher.
Quando Datena fora sorteado para realizar pergunta a Marçal, afirmou que não perguntaria pois o candidato subvertera toda perspectiva desses debates. Então, Marçal em seu tempo de resposta, Marçal alcunhou Datena de “Dápena” e acusou o apresentador de assédio sexual e disse que deveria pedir perdão às mulheres.
Questionando se Datena havia tocado na vagina da vítima e quando pediu explicações sobre o caso de assédio sexual. Afirmou Datena que é inocente tanto que o caso fora arquivado e acrescentou que o tema gerou grande problema na família dele. Afirmou que não havia prova nenhum tanto que nem a Polícia conseguiu prosseguir na investigação, nem o Ministério Público, o que resultou no arquivamento do processo.
Prosseguiu Marçal na provocação a Datena e lhe perguntou quando deixaria a disputa eleitoral. Datena utilizou seu tempo de resposta para defender-se da referida acusação de assédio sexual. Informou ainda que o assunto provocara a morte de sua sogra em face de três AVCs (Acidente cardiovasculares).
Datena afirmou que Marçal fora condenado por furto de dados de internet. Foi quando Marçal falou para Datena não era homem para enfrentá-lo. Em seguida, Datena desferiu a cadeirada. No intervalo Marçal pediu para se retirar do debate e seguiu para o hospital.
A TV Cultura expulsou Datena do debate após a agressão conforme está previsto nas regras. E, o debate continuou a ser transmitido ao vivo com os demais candidatos como Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, Tabata Amaral e Marina Helena.
O mediador do programa, Leão Serva que mesmo antes da agressão física praticada, Datena já tinha transgredido as regras por proferir palavras de baixo calão.
Fora do debate, Datena explicou que perdeu a cabeça e que a agressão fora reação humana. Esclareceu ainda que pretende manter sua candidatura até o fim, apesar do triste episódio.
A maior cidade de toda América Latina, São Paulo assistiu a esse desfecho insuportável onde ao invés de se debater programas de governo, troca-se farpas, ofensas e cadeiradas. Enfim, a política brasileira ainda está na Idade da Pedra.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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