Com atraso, Itamaraty cita violação à Carta da ONU por parte de Israel e pede cessar-fogo no Líbano

 
O governo brasileiro manifestou “grave preocupação” com as operações militares terrestres das Forças Armadas de Israel em território libanês. Em nota oficial, o Itamaraty citou a violação ao direito internacional, à Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e a resoluções do Conselho de Segurança da entidade.

“Ao reafirmar a defesa do pleno respeito à soberania e à integridade territorial do Líbano, o Brasil insta Israel a interromper imediatamente as incursões terrestres e os ataques aéreos a zonas civis densamente povoadas naquele país. O governo brasileiro renova, ainda, apelo a todas as partes envolvidas para que exerçam máxima contenção e para que alcancem, com a máxima urgência, cessar-fogo permanente e abrangente”, informou a pasta.

Desde a primeira incursão militar de Israel em território libanês, o UCHO.INFO afirma que o governo facinoroso de Benjamin Netanyahu violou a soberania do Líbano, algo que somente agora a chancelaria brasileira reconhece.

Em que pese o costumeiro cenário de pompas e circunstâncias da diplomacia, a coerência não pode dar lugar à titubeação, quiçá à irresponsabilidade. É mandatório reconhecer que Israel, a reboque de seu projeto expansionista, violou criminosamente a soberania libanesa. Passar a mão na cabeça de Netanyahu por conta de interesses terceiros e escusos é crime de lesa-humanidade. Neste momento, mas do que nunca, faz-se necessário deixar de lado os “punhos de renda” da diplomacia e curvar-se diante do óbvio.

Os ataques aéreos israelenses a várias regiões do Líbano provocaram, desde o último dia 17, a morte de mais de 1 mil pessoas, incluindo dois adolescentes brasileiros e seus pais, assim como um saldo de milhares de feridos. A situação em Beirute, a capital do país, é descrita como “tensa e terrível” por brasileiros que estão na região, com risco de guerra total.

Ainda de acordo com o Itamaraty, a Embaixada em Beirute continua a monitorar a situação dos brasileiros, mantendo contato permanente, com prestação de assistência consular emergencial.

“O governo brasileiro reitera o alerta para que todos deixem as áreas conflagradas, sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tanto, procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação para voos comerciais”, acrescentou o governo federal. O número de plantão consular do Itamaraty segue à disposição, em caso de necessidade: +55 (61) 98260-0610 (com WhatsApp).

Mais cedo, o governo anunciou que um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) decolará da Base Aérea do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo ao Líbano, na quarta-feira (2), para repatriar um primeiro grupo de brasileiros presos no país em decorrência da escalada de violência do governo de Israel no país.

A autorização para a operação foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o Brasil fará a repatriação de brasileiros do exterior “em todo lugar que for preciso” e lamentou o comportamento do governo de Israel ao atacar o Líbano.

Na ação batizada de Operação Raízes do Cedro, a FAB utilizará uma aeronave KC-30, com a previsão inicial de repatriar 220 brasileiros que estão em solo libanês, a partir do aeroporto de Beirute, capital do país do Oriente Médio. O voo fará escala para reabastecimento em Lisboa, tanto na ida quanto na volta.

Outros voos ainda não foram confirmados, mas devem ocorrer ao longo dos próximos dias. A maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio atualmente está no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país.

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