Tarcísio acerta ao dizer que Marçal deveria ser preso, mas ignora o fracassado golpe de Bolsonaro

 
O baixíssimo nível da disputa pela Prefeitura de São Paulo, maior cidade da América Latina, com direito a ofensas, cadeirada, ameaças, informações inverídicas e divulgação de laudo médico falso retrata a polarização que avança sobre a política brasileira.

Com as eleições de 2026 no radar, muitos políticos optaram por apoiar candidatos com forma de iniciar a pavimentação de candidaturas futuras. Jair Bolsonaro, o golpista, de chofre exigiu o direito de indicar o candidato a vice na chapa encabeçada por Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista, para apoiar sua candidatura à reeleição. O candidato a vice na chapa de Nunes é Ricardo de Mello Araújo, coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo.

Sempre movido pela covardia, Bolsonaro não embarcou na campanha de Ricardo Nunes. O máximo que conseguiu fazer foi participar, por meio de transmissão pela internet, de um jantar para alavancar a campanha de Nunes, realizado no Clube Atlético Monte Líbano, na Zona Sul da capital paulista. Mesmo assim, Bolsonaro, visivelmente constrangido, em declaração pífia sequer mencionou o nome de Mello Araújo.

A postura retraída de Bolsonaro é explicada pelo temor de colar sua imagem a candidatos derrotados. Ricardo Nunes aparecia em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, considerando votos válidos, mas sua chance de passar ao segundo turno foi alvo de intensas conversas nos bastidores da campanha emedebista.

Neste domingo (6), após votar no Rio de Janeiro, onde seu candidato à Prefeitura da capital fluminense, Alexandre Ramagem foi derrotado, Bolsonaro afirmou que em São Paulo apoiará qualquer candidato contra Guilherme Boulos (PSOL). Em suma, o golpista se fará presente na campanha de Nunes.

Por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um turista acidental no mais importante estado da federação, participou ativamente da campanha de Nunes, pois sabe que a eventual reeleição do prefeito será importante para sua pretensão de concorrer ao Palácio do Planalto em 2026.

Quando o delinquente Pablo Marçal fazia sombra à candidatura de Nunes, o governador de São Paulo não economizou palavras para criticar o candidato do PRTB à Prefeitura paulistana. “Se o Brasil fosse sério, Marçal seria preso”, disse Tarcísio, no sábado (5), em clara referência ao falso laudo médico divulgado nas redes sociais pelo candidato condenado à prisão por subtrair dinheiro de contas bancárias de aposentados.

A declaração do governador de São Paulo foi certeira, mas é preciso lembrar que Jair Bolsonaro deveria estar atrás das grades por causa da fracassada tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Aliás, o golpe não foi consumado porque as instituições de Estado, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), agiram com firmeza e rigor contra os golpistas.

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