O governo da Argentina apontou, nesta sexta-feira (25), Hussein Ahmad Karaki como chefe operacional do grupo libanês Hezbollah na América Latina, e pediu ajuda da Interpol para capturá-lo. Karaki é acusado de estar por trás dos atentados à embaixada de Israel, em 1992, e ao prédio da associação judaica Amia, em 1994, ambos em Buenos Aires.
Ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich disse a jornalistas que Hussein Ahmad Karaki é “o cérebro e recrutador do Hezbollah na América Latina” e operou na região usando documentos do Brasil, Colômbia e Venezuela, mas que atualmente está no Líbano, onde nasceu. De acordo com a ministra, as informações são fruto de investigação conjunta com outros países da região.
“Queremos que o povo argentino saiba que Karaki esteve por trás dos atentados à embaixada, que foi ele quem comprou o carro-bomba”, disse Bullrich, referindo-se ao ataque que deixou 29 mortos.
Bullrich acusou Karaki de ser o “chefe operacional” da milícia libanesa, “em linha direta com [Hassan] Nasrallah”, em referência ao líder morto no final de setembro por Israel.
Sem fornecer detalhes, a ministra também afirmou que Karaki “recebeu a ordem direta” também para o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 1994, que fez 85 vítimas e deixou centenas de outros feridos.
O integrante do Hezbollah foi responsabilizado por uma série de tentativas de ataque na América Latina nos últimos anos, incluindo uma na Colômbia em 2021, outra na Bolívia contra empresários israelenses mediante o uso de um carro-bomba, além de uma tentativa recente em março deste ano no Peru.
A ministra afirmou que a Argentina colaborou com uma investigação da Polícia Federal brasileira, em 2023, que teria frustrado planos de ataques à comunidade judaica do Brasil, pouco depois dos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro.
Karaki no radar do Mossad
Um relatório do serviço de inteligência israelense Mossad identificou Hussein Ahmad Karaki como suspeito de ter comandado o atentado à AMIA. No documento, amplamente divulgado pela imprensa argentina e internacional em 2022, Karaki já era apontado como responsável pela compra da caminhonete Ford F-100 usada no ataque à embaixada de Israel.
Embora várias investigações sobre os dois atentados à comunidade judaica de Buenos Aires tenham apontado para o Hezbollah, até agora só o Irã foi condenado pela Justiça argentina como mandante do atentado à AMIA, em abril deste ano.
Há mandados de prisão pendentes contra vários ex-funcionários do regime iraniano – apoiador de primeira hora do Hezbollah. A milícia libanesa é considerada uma organização terrorista por diversos países do Ocidente. (Com agências internacionais)
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