Eleições 2024: venceu o banditismo político, perdeu a parcela incauta da população

Encerrado o segundo turno das eleições municipais, o Brasil enfrenta desde as primeiras horas desta segunda-feira (28) um cipoal de análises políticas sobre os resultados das votações. Cada “especialista” (sic) tentou emplacar a respectiva análise, como se a realidade pudesse ser ignorada.

Nos últimos anos, a polarização política tomou conta do País de tal forma, que os ditos “especialistas” se limitaram a analisar os resultados das eleições municipais sob essa ótica. Veículos de imprensa exibiram as mais variadas teses para vitórias e derrotas, mas perderam os brasileiros como um todo.

Não é de hoje que o UCHO.INFO refere-se ao “Centrão” como devastadora chaga da política nacional. Nesse período de críticas embasadas e consistentes, sofremos ataques dos mais diversos, mas a verdade finalmente emergiu das urnas eleitorais. Com a esquerda e a direita escanteadas, o Centrão é o grande vitorioso das eleições de 2024.

Na esteira do crescente desinteresse da população em relação às questões políticas, o Centrão, valendo-se do orçamento secreto, das emendas PIX, de relator e de comissão, irrigou milhares de municípios com o suado dinheiro do contribuinte, sem a necessidade de prestação de contas. Tais recursos financiaram campanhas exuberantes e viabilizaram propinas polpudas.

Para reforçar o caos, o bilionário fundo eleitoral turbinou candidatos com promessas mirabolantes, empurrando o eleitor para o terreno das ciladas cobertas com o falso bom-mocismo.

O sistema presidencialista brasileiro é mero “faz de conta”, pois quem decide os destinos da nação, há algum tempo, é o Parlamento, sem ter responsabilidade política no âmbito das próprias decisões. Em outras palavras, o Brasil existe sob a égide de um parlamentarismo bandoleiro.

Na tentativa de manter o criminoso “status quo”, o Congresso Nacional ameaça tirar poderes do Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal (STF), como se tal medida não fosse escandalosamente inconstitucional. Essa investida decorre da necessidade do Centrão de garantir a continuidade do que classificamos como “banditismo político”.

Tem-se falado muito nos últimos tempos que a esquerda precisa se reinventar e modernizar, o que é verdade, mas a mudança maior e premente é a da política.

Teóricos e especialistas de ocasião têm afirmado que a esquerda perdeu terreno e a direita soube interpretar o descontentamento da população, mas a causa desse cenário está na forma de fazer política.

O discurso político radical, da esquerda e da direita, não consegue, na prática, minimizar as agruras enfrentadas pela população. Serve apenas para manter a esperança de uma sociedade incauta que continua acreditando em milagres.

Enquanto o brasileiro não enfrentar a classe política, dela exigindo doses mínimas de retidão, o País continuará afundando, tendo a tiracolo um cenário de desigualdade social preocupante e que aumenta dia após dia.

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