Apoiadores de Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, fizeram mais de 200 soldados reféns no sábado (2), após invadirem quartéis das Forças Armadas, em meio à onda de distúrbios iniciada há três semanas após a abertura um inquérito contra o ex-líder.
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia afirmou em nota que, na sexta-feira, “três unidades militares foram atacadas por grupos irregulares na região de Chapare, tomando como reféns mais de duzentos efetivos militares” e acusou os invasores de roubar armas e munições. A pasta não identificou os grupos e tampouco explicou como os soldados foram feitos reféns.
O governo enviou as Forças Armadas para a região para apoiar a polícia local a remover bloqueios nas estradas colocados pelos apoiadores de Morales.
O presidente boliviano, Luis Arce, caracterizou a tomada dos três quartéis em uma área de cultivo de coca no centro da Bolívia como “um ato criminoso absolutamente repreensível que está longe de qualquer reivindicação social legítima do movimento camponês indígena.”
Arce, que foi ministro da Economia no governo de Morales (2006-2019), disse que a tomada de uma instalação militar “em qualquer lugar do mundo é um crime de traição à pátria.”
Acusação de abuso sexual
O conflito começou há três semanas quando promotores bolivianos iniciaram uma investigação sobre acusações de que Morales teria sido pai de uma criança com uma jovem de 15 anos em 2015, classificando seu relacionamento como um estupro estatutário. Morales se recusou a testemunhar no tribunal.
O ex-presidente está foragido na área rural de Chapare, na região de Cochabamba, no centro do país, desde que surgiram relatos sobre um possível mandado de prisão contra ele.
Produtores de coca leais a Morales agiram para impedir sua prisão. Seus apoiadores ameaçaram tomar quartéis policiais e militares, exigindo o encerramento dos processos judiciais contra o ex-presidente.
Os seguidores de Moraes afirmam que as ações judiciais são parte de uma “perseguição judicial e política” do governo de Arce contra o líder indígena.
Greve de fome
Como forma de aumentar a pressão sobre o governo, Morales iniciou na última sexta-feira (1º) uma greve de fome, que pretende manter até que sejam liberados todos os seus apoiadores detidos pela polícia nos últimos dias.
Somente na sexta-feira, 66 pessoas foram presas, se somando a dezenas de outras que estão detidas desde o início dos protestos, em 14 de outubro. Há poucos dias, Morales disse ter sido alvo de um atentado a tiros. (Com agências internacionais)
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