O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o facínora da Faixa de Gaza, demitiu nesta terça-feira (5) o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, após meses de tensão e desentendimentos públicos entre os dois sobre a condução da guerra no enclave palestino, que já mais de 50 mil mortos.
“Nos últimos meses, essa confiança se desgastou. Diante disso, decidi hoje encerrar o mandato do ministro da Defesa”, disse Netanyahu em um comunicado divulgado por seu gabinete.
Gallant foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz. Enquanto isso, Gideon Saar assumirá o cargo de Katz como ministro das Relações Exteriores.
“A segurança do Estado de Israel foi e sempre será a missão da minha vida”, disse Gallant, que serviu por mais de 30 anos na marinha israelense, logo após o anúncio.
Netanyahu também citou “diferenças significativas” e uma “crise de confiança” entre ele e Gallant, que também é seu colega de partido, o Likud.
“Em meio a uma guerra, mais do que nunca, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa”, disse Netanyahu. “Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse essa confiança e houvesse um trabalho muito frutífero, nos últimos meses essa confiança se rompeu entre mim e o ministro da Defesa.”
O distanciamento entre os dois aumentou à medida que a guerra em Gaza se arrasta. O conflito no enclave palestino está em andamento desde a ofensiva terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Os dois homens tinham diferenças táticas, com Gallant criticando abertamente a insistência de Netanyahu em continuar a pressão militar sobre o Hamas. Em vez disso, ele favorecia um acordo diplomático que, segundo ele, poderia trazer de volta os reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas em Gaza.
Netanyahu afirmou que havia tentado resolver as diferenças com Gallant várias vezes.
“Mas elas continuaram a se ampliar. Elas também chegaram ao conhecimento do público de uma forma inaceitável e, pior do que isso, chegaram ao conhecimento do inimigo – nossos inimigos gostaram e se beneficiaram muito com isso”, disse ele.
Netanyahu já havia tentado demitir Gallant antes, em março de 2023, quando o ministro criticou a controversa reforma do Judiciário promovida pelo premiê, mas a potencial saída provocou protestos de rua. Netanyahu também flertou com a ideia de demitir Gallant durante o verão, mas adiou até o anúncio até esta terça-feira, quando os olhos do mundo estão voltados para a eleição presidencial dos Estados Unidos. (Com agências internacionais)
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