Avança entre os bolsonaristas o pensamento delirante em relação à eleição de Donald Trump para um novo mandato à frente do governo dos Estados Unidos.
A eleição presidencial americana ainda estava em marcha, mas apoiadores de Jair Bolsonaro compartilhavam a ideia de que uma vitória de Trump facilitaria politicamente a situação do golpista e contrabandista de joias e relógios de luxo, que, vale lembrar, está inelegível até 2030. Além disso, é grande a chance de Bolsonaro ser preso por tentativa de golpe de Estado.
Presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, cuja trajetória dispensa maiores apresentações, disse, em entrevista ao portal de notícias UOL, que a eleição de Donald Trump beneficiará politicamente o ex-presidente brasileiro.
“[Benefício] Político, sim. [Já o benefício]. Jurídico, tenho dúvidas. Porque eles não vão mudar… Eu não acredito que o Supremo [STF] altere o procedimento jurídico. Não acredito nisso. [Então] Político, sim. E isso pode influenciar. Porque, se tiver uma influência forte, nós podemos amanhã, não hoje, aprovar uma anistia”, Valdemar ao responder pergunta formulada pelo jornalista Josias de Souza.
A declaração de Costa Neto é marcada por enorme devaneio jurídico, pois um projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023, se aprovado no Congresso Nacional, será barrado pelo Supremo Tribunal Federal por flagrante e inequívoca inconstitucionalidade.
Como afirmamos em matéria anterior, sonhar é de graça e não paga imposto, mas ultrapassa os limiares da irresponsabilidade flertar com eventual anistia aos golpistas. Qualquer calouro de Direito sabe que tal proposta está fadada ao fracasso no Supremo. Mesmo assim, a parcela ignara da imprensa brasileira não desiste de espalhar a ideia.
Na hipótese de o projeto de anistia ser aprovado pelo Congresso e contar com postura silente do STF, o plano de Bolsonaro de concorrer à Presidência da República em 2026 é natimorto poro conta da inelegibilidade, que lhe foi imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na última campanha presidencial, quando ele concorreu à reeleição.
Bolsonaro insiste na tese não porque está preocupado com os incautos que depredaram as respectivas sedes dos três Poderes e que estão atrás das grades ou foragidos, mas porque sabe que será condenado e preso por golpismo.
Em relação à inelegibilidade, Bolsonaro vem trabalhando de maneira discreta, mas persistente, para inviabilizar qualquer candidatura da extrema-direita para a corrida presidencial de 2026.
Caso algum candidato radical de direita vença a próxima disputa pelo Palácio do Planalto, sua chance de se eleger em 2030 é quase nula. Afinal, com a caneta presidencial nas mãos apenas incompetentes não se reelegem. É o caso do golpista fracassado.
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