O Brasil é um oceano de especialistas nos mais diversos temas. Futebol, política, economia, artes, culinária, música, entre tantos e variados assuntos.
O esperado anúncio do pacote de corte de gastos públicos, a ser anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias, tem feito brotar especialistas por toda parte, sempre com alguma tese de ocasião para ser despejada sobre os incautos.
O mercado financeiro cobra do governo Lula a adoção de medidas que encurtem o caminho que leva ao equilíbrio fiscal. Tais medidas, na opinião dos ditos especialistas, devem abranger inclusive recursos destinados à saúde, à educação e ao programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para quem tem uma cornucópia regurgitando quinhões a todo instante, falar em corte de gastos públicos é extremamente fácil.
O corte de gastos a ser anunciado deve alcançar a marca de R$ 11,5 bilhões, mas há quem diga que tal cifra é insuficiente. Em outras palavras, a elite financeira quer que maioria da população permaneça à margem da sociedade. Esse cenário se encaixa com perfeição na célebre frase do acadêmico britânico Victor Bulmer-Thomas: “As elites da América Latina só conseguem se sentir ricas quando rodeadas de pobres.”
Para os membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que na quarta-feira (6) elevou a taxa básica de juro para 11,25% ao ano, o governo Lula quer gastar mais do arrecada. Discurso fácil e pronto para justificar a alta da Selic.
A questão não é gastar de forma irresponsável e deliberada, mas encontrar uma maneira de perseguir o ajuste fiscal sem abandonar as políticas sociais e, principalmente, as obrigações do Estado junto aos cidadãos.
Se a ordem do dia é cortar gastos públicos, que a medida valha para todos indiscriminadamente, incluindo as emendas parlamentares (PIX, de relator e de comissão) e os muitos benefícios concedidos ao setor produtivo brasileiro, que, como de conhecimento, continua lucrando com o rentismo, algo que avança a cada vez que o Copom eleva a Selic.
Em que pese o fato de abundar especialistas em todos os quadrantes, o Brasil precisa de especialista em povo, que a reboque da carga tributária custeia uma máquina ineficaz e paquidérmica.
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