O ex-presidente Jair Bolsonaro existe à sombra de delinquência intelectual devastadora. Horas depois do atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que terminou com o suicídio do responsável pelo ato terrorista, Francisco Wanderley Luiz, Bolsonaro passou a defender a “pacificação nacional”.
Golpista convicto e fracassado, Bolsonaro fomentou a discórdia e o discurso de ódio durante quatro ano, como forma de eventualmente se perpetuar no poder, mas agora ressurge acenando a bandeira a branca, algo que sempre repudiou.
Não bastasse, Bolsonaro classificou o atentado a bomba como “um fato isolado” e “ao que tudo indica, causado por perturbações na saúde mental da pessoa”. Em outras palavras, o ex-presidente defende uma tese para a barbárie cometida por um correligionário – Francisco Wanderley é filiado ao PL –, mas não aceita a aplicação da mesma teoria para Adélio Bispo, que atacou Bolsonaro a faca em setembro de 2018.
Desde então, Bolsonaro e seus apoiadores insistem na tese de que o crime cometido por Adélio teve motivações político-partidárias, o que não ficou comprovado. O fato de Adélio ter sido filiado ao PSOL, partido doo qual se desfiliou em 2014, serviu de motivo para a horda bolsonarista alimentar a teoria da conspiração.
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A tentativa de Jair Bolsonaro de se distanciar do atentado terrorista ocorrido na noite de quarta-feira (13), na capital federal, demonstra a preocupação do ex-presidente e de seus aliados em relação aos efeitos colaterais do caso.
O movimento de Bolsonaro tem como foco a manutenção do projeto inconstitucional de conceder anistia aos golpistas do fatídico 8 de janeiro de 2023, que naquela data depredaram as sedes dos três Poderes na expectativa de que um golpe de Estado pudesse acontecer na sequência.
O ato terrorista tentado pelo chaveiro Francisco Wanderley Luiz, candidato a vereador derrotado em Santa Catarina, não apenas enterra a remota possibilidade de anistia, como se transformou em mais um motivo para que os golpistas de 8 de janeiro sejam condenados de maneira inconteste.
Oportunista da pior qualidade, como sabem os brasileiros de bem, Bolsonaro, diante de um cenário de extrema gravidade, tenta vender a imagem do injustiçado e bem-intencionado. Somente os incautos serão capazes de cair nessa esparrela golpista.
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