Um convite à consciência nas festas de fim de ano

(*) Lêda Lacerda

Sinceramente, agradeço pelas mensagens de Boas Festas que chegam a mim. Sei que vêm cheias de interesses positivos, mas preciso confessar: não sou dessas que celebra com fogos ou multidões. Não celebrei meu aniversário, nem vou celebrar o Natal e nem Ano Novo. Não por falta de motivos, mas porque encontrei em mim mesma o verdadeiro significado de paz e gratidão.

Aqui, na minha solitude, vivo um fim de ano diferente. A euforia dos fogos de artifício me incomoda – e não por capricho, mas por empatia. Penso nos animais assustados, nos idosos, nas crianças e nas pessoas em hospitais que sofrem com o barulho. Isso não é festa, é falta de sensibilidade.

Por isso, retribuo os votos de Boas Festas com sinceridade, mas faço um pedido: celebrem com consciência. Desapeguem das máscaras de superficialidade, das aparências, e mergulhem no que é real, no que traz sentido. Que suas festas sejam feitas de amor, respeito e verdade, e não de barulhos que apaguem a paz dos outros.

No meu silêncio, celebro a paz de ser quem sou, aqui, nesse espaço sereno que construí dentro de mim, que encontro o verdadeiro sentido da vida. Não preciso de luzes piscando para iluminar meu caminho, nem de multidões para validar minha existência. Prefiro o brilho sincero das estrelas, que me ensinam todos os dias sobre amor incondicional.

Enquanto muitos se perdem em rituais de consumo e excessos, escolho a simplicidade. Não me visto de ilusões para agradar a quem quer que seja.

Aprendi a transformar a falta em aprendizado, as dores em sentimentos de resiliência e a solidão em um lar aconchegante para meu coração. Não preciso de grandes festas para me sentir completa; minha celebração é íntima, feita de pequenos gestos, de olhares sinceros e do calor que sinto ao acolher quem depende de mim.

Cada dia que passa é um presente. A cada momento de quietude, uma oportunidade de me reconectar com aquilo que realmente importa. Não é a extravagância que define o valor da vida, mas o sentido que damos a ela.

Enquanto muitos buscam o novo ano como uma promessa de recomeço, eu recebo como um rio que segue seu fluxo. Sem pressa, sem cobranças, apenas aceitando o que vier e deixando ir o que não é mais meu. A vida tem sua própria sabedoria, e eu escolhi confiar nela.

Prefiro vestir minha alma de gratidão por tudo que vivi, pelo que sou e pela força que me sustenta, mesmo nos dias em que o silêncio parece pesado e as ausências gritam.

Então, que 2025 venha como deve vir – não para preencher expectativas, mas para me ensinar, me moldar e me levar onde preciso estar. Celebro no silêncio a paz de ser quem sou, e é isso que desejo a todos: que vocês também encontrem, no meio de tudo, a paz de ser quem são.

(*) Lêda Lacerda – paulistana, estudou no Colégio Rio Branco e formou-se em enfermagem pela USP. Sempre se interessou por moda e nas horas vagas por escrever sobre experiências de vida. Anos mais tarde, ingressou profissionalmente no universo da moda, tendo também se dedicado à formação de modelos e atores. A paixão pela escrita permanece até hoje, hobby que usa para traduzir em letras a emoção e o amor que marcam seu cotidiano.

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