França lembra dez anos do atentado ao “Charlie Hebdo”

Autoridades francesas e o jornal satírico Charlie Hebdo lembraram nesta terça-feira (7) os ataques jihadistas que há dez anos mataram 12 pessoas com uma cerimônia solene em Paris e uma edição especial do semanário com novas charges sobre religião.

Entre os mortos de 7 de janeiro de 2015 na sede do Charlie Hebdo estavam oito membros da equipe editorial, entre eles cinco cartunistas, incluindo Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, que também era o editor da publicação, além de um convidado, um policial designado para proteger a revista e um zelador do prédio.

O presidente da França, Emmanuel Macron, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, conduziram uma cerimônia na pequena rue Nicolas Appert, onde uma placa na fachada da antiga sede da publicação relembra os nomes dos 11 mortos no local.

Na cerimônia foram lidos os nomes dos oito membros da equipe editorial que foram mortos em 7 de janeiro de 2015, quando dois irmãos franceses de origem argelina, Chérif e Said Kouachi, que haviam feito um juramento de lealdade ao grupo terrorista Al Qaeda, entraram na sede do Charlie Hebdo com rifles de assalto, em retaliação à publicação de charges do profeta Maomé.

Macron e Hidalgo depositaram juntos flores em frente à antiga sede do jornal satírico, antes de fazerem um minuto de silêncio. Em seguida, “A Marselhesa”, o hino nacional francês, foi tocado.

“Espírito Charlie”

Pouco depois, uma cerimônia semelhante foi realizada na vizinha Avenida Richard Lenoir, onde os autores do ataque assassinaram a sangue frio um policial que estava no local.

Perto do local, centenas de pessoas se reuniram para relembrar o chamado “espírito Charlie”, que há dez anos reuniu quase 4 milhões de franceses em manifestações de repúdio ao terrorismo e apoio à liberdade de expressão.

A meio quilômetro de distância está a sala de concertos Bataclan, principal alvo dos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015 (90 mortos na sala e 130 no total), que encerraram um ano trágico para a França.

As cerimônias desta terça-feira foram encerradas com uma manifestação em frente ao supermercado judeu onde outro terrorista islâmico amigo de Kouachi matou quatro pessoas dois dias após o ataque ao Charlie Hebdo.

Edição dupla para satirizar Deus

Logo após o ataque, o Charlie Hebdo se mudou para uma sede secreta e seus funcionários vivem sob proteção policial.

Nesta terça-feira, o jornal satírico lançou uma edição dupla de 32 páginas que, com a manchete “Inestourável!”, inclui os desenhos vencedores de um concurso internacional que satiriza o deus cristão.

Além disso publicou os resultados de uma pesquisa mostrando que 76% dos franceses consideram a liberdade de expressão e de caricatura um direito fundamental, um claro aumento em relação aos 58% de dez anos atrás. (Com agências internacionais)

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