Pedido de Bolsonaro para participar da posse de Trump seguiu cartilha das “Organizações Tabajara”

Depois da fracassada tentativa de golpe de Estado, os brasileiros de bem não poderiam esperar de Jair Bolsonaro outra epopeia que não a do convite (sic) do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ao golpista.

Por intermédio de seus advogados, Bolsonaro requereu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a devolução do passaporte e autorização para se ausentar do País com o objetivo de participar da cerimônia de posse de Trump como 47º presidente eleito dos Estados Unidos.

Moraes, que ainda não decidiu sobre o caso, solicitou à defesa de Bolsonaro a apresentação do convite formal para a posse de Donald Trump, que acontecerá na próxima segunda-feira (20). Simultaneamente, o ministro do Supremo enviou a solicitação do ex-presidente à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve se manifestar nos próximos dias.

Enquanto a PGR não decide sobre o caso, a defesa de Bolsonaro tenta convencer Moraes de que um reles e-mail é convite formal para participar da cerimônia em Washington. Somente um desavisado acredita que um e-mail desprovido das formalidades que o evento requer e com erros gramaticais grosseiros é um convite formal para a posse do presidente da maior potência econômica e militar do planeta.

O conteúdo do citado e-mail contrasta com o texto formal do convite enviado pelo Partido Republicano a destacados afiliados da legenda (imagem abaixo), com pedido para confirmação da presença até a última sexta-feira, 10 de janeiro.

Causa espécie o fato de o e-mail ter sido traduzido por tradutora pública de Santa Catarina, estado da federação onde o bolsonarismo campeia. Afinal, Jair Bolsonaro tem domicílio em Brasília.

Há nessa desesperada tentativa de Bolsonaro de participar da posse de Donald Trump um erro burocrático. Para ter validade jurídica, o e-mail precisa, inicialmente, ser objeto de ata notarial, feita em cartório de notas, para comprovar seu conteúdo, e na sequência enviado ao tradutor juramentado.

Caso o ministro Alexandre de Moraes queira seguir à risca as regras jurídicas, o pedido de Bolsonaro tem detalhes de sobra para ser negado.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.