Em matéria publicada na edição de segunda-feira, 20 de janeiro, destacamos a submissão de autoridades brasileiras ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que na cerimonia de posse recepcionou alguns integrantes da extrema direita global, como, por exemplo, Javier Milei, presidente argentino, e Giorgia Meloni, primeira-ministra a Itália.
Na matéria sobre a estupidez destilada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), durante entrevista em Washington, recorremos à expressão “complexo de vira-lata”, criada pelo genial e saudoso Nelson Rodrigues.
Eduardo e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que que viajaram aos Estados Unidos para participar dos eventos concernentes à posse de Donald Trump, acabaram barrados no Capitólio e acompanharam a cerimônia por meio de um telão instalado em um ginásio de Washington. Tal episódio confirma a suspeita sobre a autenticidade do convite a Jair Bolsonaro por e-mail, documento juntado ao pedido de liberação do passaporte do ex-presidente.
Não bastasse o vexame enfrentado pelo filho “03” de Jair Bolsonaro e por Michelle, a demonstração de subserviência coube ao governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, que em vídeo publicado nas redes sociais aparece usando um boné da campanha de Trump, com a inscrição “make America great again” (torne a América grande novamente, em tradução livre).
Com a disparada do índice de letalidade policial no principal estado da federação e com integrantes das polícias Civil e Militar envolvidos com a cúpula do crime organizado, Tarcísio deveria se preocupar com as questões do governo, mas arrumou tempo para um espetáculo vexatório que foi alvo de críticas tanto da esquerda quanto da direita.
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No domingo (19), um dia antes da posse de Trump, Tarcísio de Freitas, em tom de contagem regressiva, postou a legenda: “Tá chegando a hora! Novos ventos que apontam para o progresso, prosperidade e liberdade. Todos atentos ao que está por vir?”.
O chefe da Casa Civil do governo paulista, Arthur Lima, afirmou nas redes sociais se tratar de “um dia de celebrar a liberdade”, destacando que com a volta de Trump, “a direita se fortalece, trazendo esperança e renovação para os Estados Unidos e para o mundo”.
Lima foi além em seu desvario e ressaltou que o momento “reafirma o poder da soberania, o compromisso com os valores conservadores e a defesa inabalável da liberdade”, na expectativa de que “este novo ciclo inspire prosperidade, segurança e determinação em todas as nações”.
Tarcísio de Freitas e Arthur Lima vivem uma realidade política paralela, pois analisando as declarações de Trump e as medidas iniciais conclui-se que os Estados Unidos viverão sob o manto do isolacionismo e do imperialismo. É importante frisar que Donald Trump é um bravateiro conhecido, ou seja, muito do que foi prometido no primeiro discurso oficial não será cumprido com facilidade. Além disso, algumas promessas são impraticáveis.
Somente desavisados são capazes de falar em “compromisso com valores conservadores e defesa inabalável da liberdade” com Donald Trump no comando dos Estados Unidos. O conservadorismo de Trump evidente nas 34 acusações de fraude fiscal, e respectiva condenação, e no escândalo envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels, com quem o presidente americano teve um caso extraconjugal e cujo silêncio foi comprado antes da campanha de 2016.
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