Deboche de Trump com o Brasil e “Bananinha” barrado reforçam suspeita sobre convite a Bolsonaro

Quando solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução do passaporte de Jair Bolsonaro, com o intuito de participar da cerimônia de posse de Donald Trump, a defesa do ex-presidente anexou ao pedido um e-mail, alegadamente um convite enviado por assessores do mandatário norte-americano.

Na ocasião, antes de o pedido ser negado pelo ministro Alexandre de Moraes, o UCHO.INFO afirmou que somente um incauto acreditaria no aludido convite, cujo texto continha grosseiros erros gramaticais.

Além disso, destacamos que documentos transmitidos por meio eletrônico só têm valor jurídico no formato de ata notarial. Não obstante, como o texto do e-mail estava grafado em inglês, o mesmo deveria ser traduzido por tradutor juramentado. Nesse caso, o documento foi traduzido por tradutora sediada em Santa Catarina, que na tradução repetiu os erros gramaticais do teto original.

Na matéria que tratou do caso, lembramos que causou espécie o fato de a tradução ter sido feita em Santa Catarina, pois Bolsonaro tem domicílio em Brasília, local da sede do STF.

Afirmamos também que, apesar do amadorismo que emoldurou a estratégia, o ex-presidente tinha ciência de que o pedido seria negado, mas insistiu no plano para invocar a tese de perseguição política.

Em entrevista concedida em Washington antes da posse de Trump, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido como “Dudu Bananinha”, disse que “o Brasil está virando uma piada”. Na verdade, galhofa é golpista fracassado pretender ir aos Estados Unidos para ressuscitar politicamente a partir das ondas do extremismo direitista, como se uma tentativa de golpe de Estado nada representasse.

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Se por um lado a tentativa de reaver o passaporte foi uma operação desastrada, por outro ultrapassou as fronteiras do vexame a viagem de bolsonaristas aos Estados Unidos para supostamente participarem da cerimônia de posse de Trump.

Dudu Bananinha e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram barrados no Capitólio, onde aconteceu a posse de Trump, restando acompanhar o evento em um telão instalado em ginásio da capital norte-americana.

Para coroar a ópera bufa encenada por parlamentares que lideram a banda raivosa do bolsonarismo, Donald Trump desdenhou o Brasil durante entrevista na Casa Branca.

Questionado pela jornalista Raquel Krähenbühl, da GloboNews, sobre como será sua relação com o governo brasileiro e com os países latino-americanos nos próximos quatro anos, o republicano disse que “a relação é excelente”. “Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós”, completou, com arrogância e prepotência.

Muito tem se falado sobre a declaração de Trump sobre o Brasil e a América Latina, mas é importante analisar a fala do presidente americano pelo prisma do suposto convite a Bolsonaro.

Se há boa e verdadeira relação entre Trump e Bolsonaro, como alega o bolsonarismo, o ex-presidente brasileiro teria sido convidado formalmente para a posse em Washington, algo que não aconteceu, mas poderia ser feito pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Ademais, o fato de Dudu Bananinha e Michelle terem sido barrados no Capitólio reforça a desconfiança sobre o tal e-mail travestido de convite.

Quanto aos demais parlamentares brasileiros que viajaram aos EUA, restou dançar ao som de Gusttavo Lima, que com o apoio das chamadas “bets” pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2026.

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