Justiça Eleitoral cassa diploma de Carla Zambelli e torna deputada bolsonarista inelegível por oito anos

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou o diploma de deputada federal Carla Zambelli (PL) e a tornou inelegível por oito anos a partir do pleito de 2022. A decisão, tomada em sessão realizada nesta quinta-feira (30), ocorreu por maioria de votos (5×2) dos desembargadores.

De acordo com o TRE-SP, a deputada federal cometeu uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político. A ação foi proposta pela também deputada federal Sâmia Bomfim (Psol), alegando que Zambelli divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.

Em nota, a Corte Eleitoral paulista afirmou que, de acordo com o voto vencedor, do desembargador Encinas Manfré, relator do processo, a parlamentar fez publicações para provocar o descrédito do sistema eleitoral e a disseminação de fatos inverídicos.

O magistrado destacou publicações da parlamentar com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao sistema eleitoral brasileiro, a exemplo da divulgação, pela parlamentar, de falsa notícia sobre manipulação das urnas eletrônicas em Itapeva, no interior do estado.

“Não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral. Portanto, realidades justificadoras da cassação do diploma de deputada federal e da declaração de inelegibilidade, sanções a ela impostas por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação” disse o magistrado, em seu voto.

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A deputada bolsonarista, há muito abandonada pelo chamado “bolsonarismo raiz”, poderá recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em nota, publicada nas redes sociais, a deputada federal afirmou que ingressará com recursos cabíveis à decisão. “Hoje, o TRE-SP entendeu por anular os votos de 946.244 cidadãos paulistas e cassar meu mandato de deputada federal. Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis”.

A deputada destacou que está sendo perseguida politicamente. “Fica claro que a (sic) perseguição política em nosso país, contra os conservadores, é visível como o Sol do meio-dia”.

A narrativa de perseguição, sempre entoada pelos golpistas de plantão, perdeu o prazo de validade e jamais convenceu. Os bolsonaristas bradam respeito à Constituição, mas insistem em confundir liberdade de expressão com direito ao cometimento de crimes. O que a turba comandada por Jair Bolsonaro pretende, de fato, é instalar no País uma ditadura militar travestida de democracia. (Com ABr)

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