As últimas pesquisas de opinião, que apontam o crescimento da desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram o centro das conversas do final de semana. Embaladas pela conhecida resistência de segmentos da população, em especial os mais abastados, ao Partido dos Trabalhadores, as opiniões foram as mais diversas.
Como sempre, as conclusões foram norteadas pelo “achismo”, sem considerar os fatos que levaram a tal cenário. O UCHO.INFO não está a defender o governo e o presidente da República, mas sugerindo que as análises sejam feitas com base em fatos, sem levar em conta a polarização político-ideológica que toma conta do País.
Antes da divulgação dos resultados da mais recente pesquisa Datafolha, afirmamos que o governo estava fadado a ingressar em uma espiral descendente.
Continuamos acreditando na habilidade política de Lula, mas o presidente franqueou seu terceiro mandato a alas radicais do PT, levando o governo a um cenário que remonta aos tempos dos sindicatos do ABC. Cansados da enfadonha guerra ideológica, os brasileiros esperam soluções por parte dos governantes.
Os preços dos alimentos impactaram a opinião pública. É necessário considerar questões adicionais como, por exemplo, o cenário externo e os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura.
É impossível apostar no bom desempenho do governo se analisada a cúpula palaciana. Que Lula queira acomodar os “companheiros” na estrutura do governo é compreensível, mas há no espectro da esquerda nomes com muito mis competência do que aqueles que estão no governo.
O fatiamento dos ministérios para atender a volúpia do Centrão por cargos é outro ponto relevante. Em algumas pastas, os respectivos responsáveis são figuras menores no palco político, mas tomam decisões que atendem apenas aos interesses paroquiais, não às demandas de todo um país.
Não bastasse, o necessário ajuste fiscal também refletiu nos resultados das pesquisas, sendo que os parlamentares não aceitam reduzir os valores destinados às emendas, ou seja, prevalece o dito popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”. O Brasil jamais conseguirá avançar sem o comprometimento de todos, começando pela classe política.
A prometida reforma ministerial é alvo de cobrança de políticos da chamada base aliada, que, como sempre, cobrará mais caro por seu apoio.
O governo golpista de Jair Bolsonaro deixou ao País a herança maldita do orçamento secreto e todos os seus apêndices (emendas Pix e de comissão), quadro que dificilmente será eliminado com facilidade. Aos políticos pouco importa as necessidades d população, desde que seus escusos interesses sejam atendidos.
No contraponto, a oposição – leia-se golpistas e suas reses – age criminosamente divulgando notícias falsas, como a da suposta taxação de transferências através do Pix. Diante da avalanche de mentiras, o governo recuou e desistiu de monitorar transferências via Pix a partir de R$ 5 mil. Atualmente, a fiscalização é feita no âmbito de transações financeiras de pessoas físicas acima de R$ 2 mil.
Recuar foi um equívoco do governo, que deveria ter reagido de maneira contundente às mentiras criadas pela oposição, que pretende retornar ao poder na esteira da desinformação.
Por outro lado, um governo que tem Rui Costa e Alexandre Padilha como expoentes do estafe palaciano não é merecedor de crédito. Lula sabe onde errou e está a colher a erva daninha que semeou.
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