PGR denuncia Bolsonaro como “líder de plano golpista”; outros 33 foram denunciados

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no âmbito do inquérito que apura o plano de golpe de Estado. (Clique e confira a íntegra da denúncia)

Após analisar o cipoal de provas reunidas pela Polícia Federal (PF), que indiciou o ex-presidente, Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista, mas comandou as ações para dar um golpe de Estado.

Bolsonaro é apontado como líder de organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”.

“A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a Vice-Presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, destaca trecho da denúncia.

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A denúncia, de 272 páginas, foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de agora, cabe aos ministros da Primeira Turma analisarem o documento para decidir se há provas suficientes que justifique a abertura de ação penal. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

Gonet cita na denúncia a reunião do ex-presidente com os comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, general da reserva Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, no dia 14 de dezembro de 2022. O encontro, de acordo com as investigações, foi a etapa preparatória para o golpe.

De acordo com a PF, o plano golpista não foi levado adiante porque a cúpula do Exército não embarcou na aventura de Bolsonaro. Mesmo assim, os entusiastas do golpe incitaram a súcia bolsonarista a atacar e destruir as sedes dos três Poderes, em Brasília, na expectativa de abrir caminho para a abolição do Estado Democrático de Direito.

Trata-se da primeira denúncia contra Jair Bolsonaro, que foi indiciado em outras duas investigações: fraude no cartão de vacinação e o desvio e venda de joias e relógios de luxo do acervo da Presidência.

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