A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro e mais trinta e três participantes do núcleo golpista foi assunto de destaque nos veículos de comunicação nacionais e internacionais.
No Brasil, a imprensa foi invadida por especialistas (sic) que, debruçados sobre a denúncia da PGR e a delação de Mauro Cid, analisaram os mais distintos detalhes do escândalo que chacoalhou o universo político brasileiro.
No contraponto, a extrema direita, liderada por Bolsonaro, foi às redes sociais para regurgitar o enfadonho discurso de perseguição política. Não bastasse, advogados dos denunciados recorreram às mais diversas teorias, muitas das quais desmoronam diante da consistência da denúncia, repleta de provas.
Até o momento, a imprensa não questionou como alguns dos principais indiciados conseguem pagar honorários estratosféricos de advogados renomados.
No caso de Jair Bolsonaro, a contratação de criminalistas badalados é explicada pela dinheirama que o líder da trama golpista recebeu em doações feitas por apoiadores. Em 2023, o ex-presidente recebeu, por meio do Pix, R$ 17,2 milhões. À época, Bolsonaro iniciou campanha para arrecadar fundos com o objetivo de quitar multas judiciais.
. Confira a íntegra da denúncia da Procuradoria-Geral da República
. Confira a decisão que tornou pública a delação de Mauro Cid
. Confira a íntegra da delação do tenente-coronel Mauro Cid
Em julho de 2023, durante evento do PL realizado em Santa Catarina, Bolsonaro disse que o valor recebido era mais que suficiente para pagar as referidas multas.
“Mais do que o valor depositado, quase 1 milhão de pessoas colaboraram, com R$ 0,01 a R$ 20 em média, muito obrigado. Dá para todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro aqui para a gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a Michelle”, declarou.
Em novembro de 2024, ao cumprir mandado de busca e apreensão na sede do PL, em Brasília, a Polícia Federal encontrou dois recibos de depósitos bancários em favor de DB Tesser Sociedade de Advogados. Cada comprovante tinha o valor de R$ 3.383.331,45, totalizando R$ 6,8 milhões em despesas com honorários. Causa espécie o fato de o referido escritório ser especializado em Direito aduaneiro e tributário.
Bolsonaro promoveu mudanças na equipe de defesa, entregando a coordenação ao renomado criminalista Celso Vilardi. Professor de Direito da FGV-SP, Vilardi criticou, em várias ocasiões, o governo do ex-presidente, além de ter feito elogios à investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado.
No caso do general da reserva Walter Braga Netto, que está preso preventivamente, a defesa está a cargo do conceituado criminalista José Luís de Oliveira Lima, que defendeu José Dirceu no escândalo do Mensalão e delatores da Operação Lava-Jato.
Defesa desse quilate orbita na casa dos sete dígitos. Consultados pelo UCHO.INFO, alguns experientes e destacados criminalistas afirmaram que defesa de tal complexidade custa em média R$ 7 milhões. Bolsonaro tem recursos para custear os honorários. E Braga Netto?
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