Lula ensaia reforma ministerial, mas dá sinais de que pode repetir erros desnecessários

Enfrentando baixos índices de aprovação do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá sinais de pouca disposição para reverter o quadro.

Com a trégua momentânea que surgiu no vácuo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os artífices da trama golpista, o que tem obrigado a oposição, em especial a extrema direita, Lula perde a chance de dar nova roupagem ao governo para recuperar o terreno perdido.

É difícil se empolgar com um governo que tem na cúpula palaciana figuras como Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Lula protagoniza sua pior passagem pelo Palácio do Planalto, mas fazer do alto escalão do governo uma reunião de “companheiros” é irresponsabilidade política. Não se trata de resistência aos nomes mencionados, mas o momento atual do País exige competência elevada dos integrantes do governo.

Padilha esteve à frente da pasta de Relações Institucionais no primeiro governo de Dilma Rousseff. Sua atuação como ministro não foi das melhores, tanto é que a relação do governo Dilma com o Congresso foi marcada por dificuldades.

Com a reforma ministerial no horizonte, Lula começa a dar sinais de que finalmente ocorrerão mudanças na estrutura do governo. A primeira vítima da degola, tudo indica, é a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O substituto deve ser Padilha, que desde o início do governo controla vários cargos da pasta.

O ideal é indicar para o Ministério da Saúde um médico de destaque, com experiência em saúde pública e sem alinhamento ideológico e político. Caso não seja possível, há no governo nomes com competência para o cargo. Lembramos que o vice-presidente Geraldo Alckmin é médico de formação. Por mais que pareça estranho, destacamos que José Serra, economista e engenheiro civil, foi ótimo ministro da Saúde.

Outro nome que está na mira da reforma ministerial é o e Marina Silva, do Meio Ambiente. Ela resistido à intenção do governo na exploração de petróleo na Margem Equatorial – se estende da foz do rio Oiapoque ao litoral norte do Rio Grande do Norte, abrangendo as bacias sedimentares da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Lula tem pressionado o Ibama para que a Petrobras possa investigar a quantidade de petróleo e gás na região. Essa pressão não será suficiente para levar Marina Silva a um pedido de demissão. Por outro lado, se o presidente da República decidir pela demissão de Marina, o governo perderá um nome de expressão internacional. Além disso, demitir Marina Silva a poucos meses da COP 30, não é recomendável.

O UCHO.INFO insiste em afirmar que Lula sempre se destacou por invejável habilidade política, mas no momento o presidente parece não enxergar o óbvio. Ainda é tempo!

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