Agressão a Rubens Paiva mostra que Bolsonaro fez brotar o que há de pior em parte da sociedade

A polarização que tomou conta do País na esteira do discurso de ódio, fomentado por Jair Bolsonaro e sua horda, impede a discussão responsável, coerente e republicana das questões nacionais. O cenário atual mostra que temas importantes, muitos inerentes às necessidades da população, foram dragados por embates ideológicos absurdos.

Meses antes do início oficial da corrida presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que, caso eleito, Jair Bolsonaro em algum momento tentaria dar um “cavalo de pau” na democracia brasileira. Fomos dura e covardemente atacados, mas mantivemos nossa afirmação. O tempo foi senhor da razão.

A chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto fez brotar o que há de pior e mais nocivo na sociedade brasileira: o radicalismo. Ultrapassa os limites da compreensão uma parcela considerável da população defender golpistas, apenas porque nutrem repulsa ao PT e aos partidos de esquerda. De igual modo é incompreensível a defesa que muitos fazem da ditadura.

A agressão sofrida pelo escritor Marcelo Rubens Paiva no domingo (23), durante desfile do bloco “Acadêmicos do Baixo Augusta”, na região central da capital paulista, é prova inconteste de que o discurso de ódio alimentado pelo bolsonarismo precisa ser combatido com a máxima urgência.

Autor do livro “Ainda Estou Aqui”, que serviu de base para o filme homônimo que revela de forma clara os horrores da ditadura militar, Marcelo Rubens Paiva foi alvo de um integrante do grupo que defende o totalitarismo, sob a égide da desculpa de frear um comunismo que sequer existe.

Fato é que o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e que tem como protagonista a competentíssima Fernanda Torres – conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz e está na mesma disputa no Oscar – trouxe à tona o elevado grau do perigo que ronda a nossa democracia.

O filme de Salles levou a opinião pública brasileira, sempre distante das questões políticas, a se interessar pelo mais obscuro período da história nacional, a era plúmbea. Além disso, “Ainda Estou Aqui” serviu de ponto de partida para um movimento nacional contra a anistia aos golpistas, algo que enfureceu Bolsonaro e seus insanos apoiadores.

A indignação que cresceu no Brasil a partir do filme não pode ser interrompida pelos discursos oportunistas e criminosos de quem defende golpe de Estado e outras formas de supressão da democracia. É preciso conter a movimentação dos golpistas, exigindo o arquivamento dos projetos que preveem anistia aos golpistas e a alteração da Lei da Ficha Limpa.

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