Bolsonaro recorre à delinquência intelectual e diz que mulheres petistas são “feias” e “incomíveis”

Ultrapassa a barreira do compreensível um país que elegeu Jair Bolsonaro para presidente. Tosco em todos os sentidos, Bolsonaro, como sempre afirmamos, recorre reiteradamente à delinquência intelectual ao expressar o próprio pensamento.

O líder da trama golpista foi gravado quando falava a apoiadores sobre mulheres que apoiam o PT serem “feias” e “incomíveis”. Depois da fala misógina, o que não é novidade, Bolsonaro e seus convivas aparecem rindo.

As imagens foram gravadas na casa do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ), onde ele passou o carnaval. O vídeo foi compartilhado no Instagram por Jair Renan, filho mais novo do golpista. Atualmente cumprindo mandato de vereador em Balneário Camboriú (SC), Renan foi além e publicou a seguinte frase: “Bolsonaro sempre tem razão”.

“Você pode ver, não tem mulher bonita petista. Só tem feia. Às vezes acontece quando estou no aeroporto alguém me xinga. Mulher, né? Olho para dela: ‘Nossa. Incomível’”, diz o ex-presidente no vídeo. Entre os aliados presentes, estava o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), espécie de “papagaio de pirata” do ex-presidente.

Bolsonaro tem um histórico de declarações consideradas misóginas e sexistas. Em 2020, Ministério Público Federal apresentou uma ação civil pública contra seu então governo – o pior da história nacional – por postura “desrespeitosa” e declarações discriminatórias do presidente e de seus ministros com relação às mulheres.

A ação previa que a União pagasse R$ 5 milhões ao Fundo de Direitos Difusos em indenização por danos sociais e morais coletivos. A ação foi extinta em dezembro de 2021 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que acatou recurso da União e entendeu que o Estado não poderia ser responsabilizado por manifestações extraoficiais de agentes públicos.

Em 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Bolsonaro a indenizar em R$ 35 mil a jornalista Patrícia Campos Mello. Ele foi acusado de fazer insinuações sexuais para colocar em dúvida sua atuação profissional.

Em caso mais antigo, no período em que cumpria mandato de deputado federal pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro foi processado por Maria do Rosário (PT-RS), por ter dito que “não estupraria” a colega de Parlamento “porque ela não merece”. A ação deu origem a processos cíveis e criminais. Ele foi condenado no cível a indenizá-la em R$ 10 mil, mas as ações criminais foram arquivadas porque o crime foi considerado prescrito.

Causa espécie a insistência de Jair Bolsonaro em provar virilidade e masculinidade. As declarações ofensivas às mulheres por certo encontram explicação no campo da Psicologia.

Como sempre afirmamos, na seara da Psicologia a projeção é considerada um mecanismo de defesa no qual os atributos indesejados de determinada pessoa são transferidos a terceiros. A insistência de Bolsonaro em recorrer a declarações misóginas, homofóbicas e transfóbicas é no mínimo estranha. Melhor seria se o presidente procurasse ajuda psicológica para decifrar esse fantasma que o persegue. Talvez fosse o caso de encontrar um chaveiro especializado em portas de armários.

Não por acaso, quando foi chamado de “noivinha do Aristides” pela passageira de um carro que trafegava pela Via Dutra, Bolsonaro ordenou à Polícia Rodoviária Federal que detivesse a mulher, que foi levada para depor na Polícia Federal, na cidade de Volta Redonda (RJ).

Mea culpa não é o forte de Jair Bolsonaro, mas ao menos o ex-presidente poderia analisar alguns integrantes do próprio clã.

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