Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump continua fazendo do gangsterismo institucional o principal instrumento do seu segundo mandato. Isso porque o republicano insiste em ameaçar nações das mais diversas formas, inclusive com a elevação das tarifas de importação.
Na noite de terça-feira (11), a Casa Branca confirmou que começará a aplicar, a partir da meia-noite desta quarta-feira, tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos, “sem exceções ou isenções”.
“Uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite do dia 12 de março”, disse Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, em comunicado.
A medida, que afetará duramente o setor de siderurgia de países como Canadá, Brasil e México, é uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.
Em fevereiro, quando assinou o decreto, o republicano afirmou que os EUA “precisam que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras”. “Nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente, são de 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha”, acrescentou.
Na ocasião, Trump também mencionou que as empresas têm a opção de estabelecer filiais e levar a produção para dentro dos EUA, o que lhes garantiria tarifa zero.
Ao todo, cerca de 25% do aço usado nos EUA é importado, segundo o Departamento do Comércio do país. A maior parte é proveniente do Canadá, seguido pelo Brasil e pelo México. Além disso, metade do alumínio utilizado no país também é importado, principalmente do Canadá.
A insana investida de Donald Trump certamente produzirá impactos na economia americana, forçando a inflação para cima. Tudo o que o consumidor dos EUA não quer é aumento de preços. Esse cenário levará ao aumento da taxa de juro, o que reduz o consumo. Na sequência, os trabalhadores americanos terão de conviver com o fantasma das demissões.
No Brasil, um dos principais efeitos da medida será a diminuição das exportações de aço e alumínio para os EUA. O cenário traz desafios para o setor siderúrgico, que terá de redirecionar suas vendas ou, no longo prazo, diminuir a produção, de acordo com especialistas. Tal quadro também poderá provocar demissões no segmento.
Como parte das negociações, os estadunidenses manifestaram insatisfação com a tarifa de 18% que o Brasil impõe sobre o etanol importado dos EUA, enquanto os americanos cobram apenas 2,5% sobre o etanol brasileiro. Washington indicou que esperava um gesto do governo brasileiro para avançar nas tratativas.
O Brasil propôs uma alternativa: deixar de lado a discussão sobre o etanol e negociar uma redução na tarifa sobre o açúcar exportado para os Estados Unidos. Atualmente, os EUA taxam em 80% o açúcar que excede a cota de 146 mil toneladas anuais permitida ao Brasil.
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