Antes do início oficial da campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que Jair Bolsonaro, então pré-candidato, caso eleito em algum momento daria um “cavalo de pau” na democracia brasileira. À época, fomos atacados de todas as formas, mas mantivemos o compromisso com a verdade.
Durante os quatro anos do pior governo da história nacional, alertamos para o perigo que representava Bolsonaro para a liberdade democrática. Afirmamos também, apesar dos ataques, que Bolsonaro é covarde. O tempo passou e provou que tínhamos razão.
Há dias, diante da possibilidade de ser condenado pela fracassada tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro escancarou sua covardia ao afirmar que eventual condenação à prisão será o “fim da vida”.
“É o fim da minha vida, estou com 70 anos. Completamente injusta uma possível prisão. Cadê meu crime? Onde eu quebrei alguma coisa? Onde eu tentei dar um golpe? Cadê a prova de um possível golpe? A não ser discutir dispositivos constitucionais que não saíram do âmbito de palavras”, declarou o golpista ao jornal Folha de S.Paulo.
Enquanto destila sua frouxidão Brasil afora, Bolsonaro conta com uma horda de golpistas com mandato parlamentar que tentam aprovar “a fórceps” projeto de lei que anistia os envolvidos nos criminosos atos de 8 de janeiro de 2023.
Nesta terça-feira, 1º de abril (Dia da Mentira), a bancada do PL na Câmara dos Deputados anunciou a obstrução das votações para pressionar o presidente da Casa legislativa, Hugo Motta, a pautar o projeto de anistia. A obstrução consiste na utilização de manobras regimentais para atrasar ou evitar deliberações no Parlamento.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a possibilidade de o projeto ser envido a uma comissão especial, onde tramitação é mais lenta, não atende aos interesses da legenda.
Quanto ao texto, Sóstenes disse ser possível a realização de mudanças, mas ressaltou que Bolsonaro não é o foco do projeto.
“Todo mundo já sabe que um texto, nesta Casa, entra de uma forma, ele passa no plenário, tem emendas, tem adaptações, o relator pode fazer adaptações dentro do plenário”, declarou a jornalistas.
“Anistia para nós é para as pessoas que estão lá presas, pagando a pena injustamente, não tem nada a ver com o presidente Bolsonaro. (…) Em nenhum momento fala-se de presidente Bolsonaro e nós nunca vamos falar, porque não é ele o alvo dessa questão do PL da anistia. Nunca foi”, completou Sóstenes Cavalcante.
Obstruir votações é uma manobra covarde, que ignora a importância de temas relevantes para o País e para os brasileiros. É impossível acreditar na afirmação de que Jair Bolsonaro não é o foco do projeto de anistia.
Se para preservar a democracia e o Estado de Direito esse é o preço a ser pago (atraso nas votações), que a sociedade aceite a ideia, desde que proteste a plenos pulmões contra a anistia aos golpistas.
O Congresso Nacional foi tomado por um perigoso movimento de banditismo político, que com as bênçãos de Bolsonaro cresceu de forma assustadora e criminosa durante o seu governo, a ponto de revelar um ponto de não retorno.
É preciso moralizar a política brasileira, mesmo que em doses rasas, pois a democracia continua sob ameaça do grupo liderado por Jair Bolsonaro e seus golpistas de plantão.
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