O ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar um plano de golpe de Estado que fracassou, tentou promover na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, um verdadeiro carnaval em defesa da anistia aos golpistas, mas o máximo que conseguiu foi reunir uma charanga. Charanga é uma música desafinada tocada com instrumentos de sopro. Em outras palavras, quem esteve na principal via da capital paulista ouviu o choramingo de sempre.
A manifestação, convocada por Bolsonaro, teve como objetivo pressionar o Congresso para colocar em votação o projeto de anistia aos golpistas, que em 8 de janeiro de 2023 tentaram derrubar um presidente legítima e democraticamente eleito e promoveram atos terroristas nas sedes dos três Poderes da República, em Brasília.
Além de Bolsonaro, participaram do ato sete governadores de direita alinhados com o bolsonarismo: Tarcísio de Freitas (São Paulo); Romeu Zema (Minas Gerais); Ratinho Junior (Paraná); Wilson Lima (Amazonas); Ronaldo Caiado (Goiás); Mauro Mendes (Mato Grosso); e Jorginho Mello (Santa Catarina). O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também participou da manifestação.
Ao menos quatro dos governadores citados são considerados potenciais presidenciáveis do campo da direita nas eleições de 2026 – Tarcísio, Zema, Ratinho e Caiado –, devido à inelegibilidade de Bolsonaro.
O ato reuniu cerca de 44,9 mil pessoas, de acordo com o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP). Para quem esperava 1 milhão de participantes, a manifestação foi um fiasco. Bloquinhos de carnaval que desfilam na cidade de São Paulo conseguem reunir muito mais participantes do que a charanga bolsonarista.
Dois pontos no escopo da manifestação merecem destaque. Todos os governadores que participaram do ato são defensores declarados do golpismo, o que merece atenção redobrada da porção pensante do eleitorado brasileiro. A eleição de um deles à Presidência da República significa que a democracia continuará ameaçada.
O segundo ponto, sempre ignorado, é que o ato foi financiado pelo pastor Silas Malafaia, que usa questões da fé para defender o totalitarismo. Liderada por Malafaia, a igreja neopentecostal “Assembleia de Deus Vitória em Cristo”, como outras, gozam de imunidade tributária, mas usa o dinheiro dos fiéis para patrocinar manifestações golpistas.
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