Mourão chama Malafaia de “falastrão”, após pastor dizer em manifestação que generais são “frouxos”

Se antes da charanga bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo, a extrema direita já estava dividida, agora a situação piorou sobremaneira. No ato em defesa da anistia aos golpistas, no domingo (6), o pastor Silas Malafaia, que financia as manifestações ultradireitistas, chamou os generais de “frouxos”.

“Cadê esses generais de quatro estrelas, do Alto Comando do Exército? Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição”, disse Malafaia.

Acusado de liderar o fracassado plano de golpe de Estado, Jair Bolsonaro aumentou a polêmica ao afirmar que concorda com o pastor entusiasta do golpismo. Em entrevista concedida à revista “Oeste”, folhetim da ultradireita, o ex-presidente disparou: “Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: ‘Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso’ e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas”.

A afirmação de que a intenção não era dar um golpe de Estado é falácia. Provas colhidas pela Polícia Federal durante as investigações mostram de maneira clara e inequívoca que Bolsonaro mente sem pudor ao negar a tentativa de golpe.

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No contraponto, o senador Hamilton Mourão (Republicanos – RS), general da reserva do Exército e ex-vice no governo Bolsonaro, chamou Malafaia de “falastrão”. Na rede social X (antigo Twitter), Mourão escreveu: “Ao se aproveitar de um ato em defesa da necessária anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro para ofender os integrantes do Alto Comando do Exército, o falastrão que assim o fez demonstrou toda sua falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”.

Que Silas Malafaia é um parlapatão conhecido qualquer brasileiro de bem sabe, mas defender anistia aos golpista de 8 de janeiro é demais. Mourão não está preocupado com os golpistas que tentaram depor um governo legitimamente eleito e depredaram as sedes dos três Podres da República, mas com os oficiais militares que são réus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos principais alvos da declaração rebuscada de Mourão é o também general da reserva Walter Souza Braga Netto, que teve participação ativa no plano golpista. Ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Braga Netto encontra-se preso em uma unidade do Exército no Rio de Janeiro por decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF), por tentar saber detalhes do acordo de colaboração premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, então ajudante de ordens da Presidência da República.

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