Denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PRG) por corrupção com emendas parlamentares, o agora ex-ministro Juscelino Filho (União Brasil – MA), das Comunicações, acertou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma saída honrosa: apesentou pedido de demissão.
A situação de Juscelino tornou-se insustentável após a denúncia da PGR, obrigando o presidente Lula a pedir para que o aliado deixasse o ministério. Esse tipo de movimento é comum em casos de demissão, porque em tese preserva a imagem do demitido. Aliás, não há o que preservar na imagem de um político acusado de corrupção.
Juscelino Filho há muito é alvo de escândalos, como, por exemplo, ocultação de patrimônio por meio de aquisição de cavalos de raça, hobby que o levou a utilizar avião oficial para participar de leilão de animais.
Por enquanto não há um nome definido para substituir o ministro demissionário, mas o União Brasil, que deseja manter o feudo, descarta a possibilidade de deslocar o ministro do Turismo, Celso Sabino, também filiado à legenda, para a pasta das Comunicações.
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Até o início da noite desta terça-feira (9), o nome mais cotado para assumir o Ministério das Comunicações era o do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, do Maranhão.
Fernandes é líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, cenário que pode inviabilizar sua nomeação como ministro pelo fato de a legenda querer evitar uma disputa interna pelo comando do partido na Casa legislativa.
Nessa possível dança de cadeiras há ao menos três detalhes a serem considerados, por ordem crescente de importância: 1) Pedro Lucas Fernandes, 46 anos, está no segundo mandato como deputado federal e há muito rivaliza politicamente com Juscelino Filho no Maranhão. 2) O parlamentar integrou a comitiva o presidente Lula na viagem ao Japão, quando sua chegada ao ministério pode ter sido negociada. 3) É preciso saber o volume de emendas PIX que o deputado destinou as seus redutos eleitorais no Maranhão.
O governo avalia a possibilidade de entregar a pasta do Turismo ao PSD, de Gilberto Kassab, e disponibilizar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ao União Brasil, que não quer perder o comando de um ministério importante. Isso explica a pressa em definir um nome para substituir Juscelino.
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