O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (21) que viajará a Roma para participar do funeral do Papa Francisco, na companhia da primeira-dama Melania Trump.
“Melania e eu iremos ao funeral do Papa Francisco, em Roma. Estamos ansiosos para estar lá!”, escreveu o presidente em sua plataforma, Truth Social. Além de líder religioso, Francisco era chefe de Estado do Vaticano, o que explica a presença de 200 estadistas no funeral.
No cardápio do cotidiano de Trump, ao menos um ingrediente está sempre presente: hipocrisia. As políticas antimigratórias do presidente norte-americano foram alvo de frequentes críticas de Francisco. Mas o americano não pode ficar de fora do funeral.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump tenta impor ao mundo uma política de enfrentamento, marcada por ameaças das mais diversas e um tarifaço que foge à lógica e configura um deboche com a diplomacia internacional.
Trump, que até agora não obteve sucesso nas descontroladas investidas contra diversas nações, tenta encontrar um bode expiatório para o fracasso, algo que afirmamos ser questão de pouco tempo. Enquanto isso, o presidente dos EUA, ao participar do funeral do Papa Francisco pretende construir a imagem do “bom moço incompreendido”.
Na verdade, a ida de Trump ao Vaticano, onde o mandatário americano beira o terreno “da persona non grata”, está relacionada ao interesse do atual governo dos EUA na escolha do sucessor do progressista Francisco, cujo papado teve como destaque a misericórdia, a inclusão e a defesa da paz e do combate à fome e à pobreza, conhecidas pautas da esquerda.
Analisando os fatos relacionados ao Vaticano dos últimos cinquenta anos, Francisco foi o mais liberal dos papas, talvez o mais progressista de toda a história da Igreja Católica. O pontífice não apenas ergueu a bandeira de suas convicções, mas criticou estadistas e chefes de governo quando necessário e sem qualquer dose de cerimônia.
O intuito de Donald Trump é operar nos bastidores do Vaticano, por intermédio de prepostos, para que o sucessor do Papa Francisco seja conservador e não oriundo da América Latina, onde a extrema direita faz um ruido rouco. A missão diplomática dos EUA junto à Santa Sé é chefiada, desde 2024, pela diplomata Laura Hochla, que poderá sofrer pressão do presidente Trump.
Dos 135 cardeais com menos de 80 anos e aptos a participar da escolha do novo papa, dez são dos Estados Unidos. Considerando que o Brasil tem sete cardeais aptos a votar no conclave, Trump quer embaralhar a escolha, como forma de eventualmente garantir que o próximo líder da Igreja Católica.
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