(*) Lêda Lacerda
Torno-me grande quando reconheço o momento certo de me retirar. Permanecer em lugares onde não me encaixo é insistir em algo que não traz afeto.
Cresço quando compreendo a importância da partida, quando agradeço cada momento, cada aprendizagem, cada instante vivido com vontade. Fico gigante mesmo nas lágrimas, pois sei que há experiências que precisam ter seu fim.
A vida é sábia e nos mostra que existem outros caminhos a seguir, e é somente ao aprender a perder que encontrarmos espaço para ganhar!
A grandeza se revela quando aceito aquilo que não posso mudar, e, ao mesmo tempo, me empenho em transformar o que está ao meu alcance. A aceitação não é sinônimo de fraqueza, mas sim uma demonstração de força e autoconhecimento. É um reconhecimento de que certas batalhas não valem mais a pena, e que o melhor caminho pode ser aquele que ainda não tracei.
Quando deixo ir o que não me serve mais, abro a porta para o novo.
É nesse movimento de deixar ir e de acolher que a minha verdadeira essência se expande. Situações que antes eram dolorosas tornam-se aprendizagens valiosas, e percebo que é possível florescer mesmo após as tempestades. Cresço, então, não apenas em tamanho, mas em sabedoria e resiliência. Vivo cada experiência como uma oportunidade de me reinventar.
Refletir sobre a diferença entre o que posso e o que não posso mudar é fundamental. Esse discernimento é o que me torna forte diante das adversidades. Em cada despedida, descubro o que realmente importa, em cada nova escolha fortaleço minha trajetória. Afinal, a verdadeira grandeza está em saber navegar as marés da vida com coragem e gratidão.
(*) Lêda Lacerda – paulistana, estudou no Colégio Rio Branco e formou-se em enfermagem pela USP. Sempre se interessou por moda e nas horas vagas por escrever sobre experiências de vida. Anos mais tarde, ingressou profissionalmente no universo da moda, tendo também se dedicado à formação de modelos e atores. A paixão pela escrita permanece até hoje, hobby que usa para traduzir em letras a emoção e o amor que marcam seu cotidiano.
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