O gabinete de segurança de Israel aprovou plano de expansão das operações militares na Faixa de Gaza, incluindo a “conquista” do território palestino e uma pressão para que seus residentes se desloquem para o sul, disse uma autoridade do país nesta segunda-feira (5) a agências de notícias.
No domingo, militares israelenses já haviam iniciado uma convocação em massa de reservistas para ampliar a ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza.
“O plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e a posse dos territórios, movendo a população de Gaza para o sul para sua proteção”, disse a autoridade. A estratégia foi aprovada por unanimidade e inclui “ataques poderosos contra o Hamas”, sem especificar a natureza da ofensiva.
Israel já controla cerca de metade do território palestino, incluindo uma zona tampão ao longo da fronteira, bem como três corredores que cortam Gaza de leste a oeste.
Deslocamento da população e ajuda humanitária
De acordo com fonte ouvida pela agência de notícias AFP, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “continua a promover” a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar habitantes de Gaza para países vizinhos, como a Jordânia ou o Egito.
Os dois países, juntamente com outros aliados árabes, governos de todo o mundo e a própria população palestina, rejeitaram a ideia. No entanto, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse em fevereiro que uma agência especial seria criada para a “saída voluntária” dos habitantes de Gaza.
O gabinete composto por Netanyahu e outros ministros também aprovou a “possibilidade de distribuição humanitária” em Gaza, que está sob total bloqueio desde 2 de março. Israel defende que “atualmente há alimentos suficientes” no território, embora organizações humanitárias e agências da ONU tenham alertado para as consequências que o bloqueio pode ocasionar para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
Segundo a autoridade israelense, o desbloqueio da ajuda humanitária poderia ser operado como forma de evitar que o Hamas assuma o controle dos suprimentos no território.
Em resposta, o Hamas acusou Israel de ser “completamente responsável por piorar a catástrofe humanitária” em Gaza. O grupo palestino acusa o país de usar a ajuda humanitária como “moeda de chantagem política”.
Escalada nos combates
O plano, que, de acordo com a autoridade, seria gradual, poderia marcar uma escalada significativa nos combates em Gaza. Israel intensificou os bombardeios aéreos e expandiu as operações terrestres no local desde que retomou sua ofensiva no território palestino em 18 de março, após a falha das negociações sobre a extensão de um cessar-fogo com o Hamas.
Novas ordens de evacuação israelenses forçaram o deslocamento de cerca de 142 mil palestinos entre os dias 18 e 23 de março, conforme declarou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Olga Cherevko, porta-voz do Escritório Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), disse que mais de 60% da Faixa de Gaza agora é considerada “zona proibida” devido às ordens de evacuação.
Os bloqueios impostos por Israel a itens e serviços essenciais também agravam a situação em Gaza.
O país afirma que a intensificação da ofensiva tem como objetivo pressionar o Hamas a libertar os reféns mantidos em Gaza. Na última sexta-feira, os organizadores da chamada Flotilha da Liberdade acusaram Israel de atacar com drone um navio que se dirigia ao território palestino transportando ajuda humanitária.
Os militantes palestinos ainda mantêm 58 reféns capturados no ataque a Israel em outubro de 2023. A ofensiva resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis.
Já a ofensiva militar retaliatória de Israel matou pelo menos 52 mil pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas. (Com agências internacionais)
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