A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, insiste em prolongar a polêmica decorrente de sua manifestação durante jantar oferecido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo líder chinês Xi Jinping, em Pequim.
No encontro, reservado e íntimo, Janja, ignorando o protocolo, pediu a palavra e fez críticas ao TikTok, ocasião em que solicitou a intervenção do presidente chinês para coibir violações da plataforma.
Na manhã desta segunda-feira (19), em evento na capital federal, Janja disse que “não se calará” quando o assunto for violência sexual contra crianças e adolescentes.
“Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau, do mais alto nível a qualquer cidadão comum”, afirmou a primeira-dama.
“Eu quero dizer que a minha voz vocês podem ter certeza que vai ser usada para isso [combate à violência sexual contra menores]. E foi para isso que ela foi usada na semana passada quando eu me dirigi ao presidente [chinês] Xi Jinping após a fala do meu marido sobre uma rede social”, declarou.
Violência sexual contra crianças e adolescentes deve ser combatida com firmeza e persistência, mas há maneiras de enfrentar tal situação pelas vias legais. Não será com quebra de protocolo e polêmicas que o combate será mais ou menos eficiente.
Janja chama para si um protagonismo que não cabe a uma primeira-dama, mesmo que o assunto em pauta seja de extrema gravidade. O governo do presidente Lula tem colaboradores com reconhecida competência para tratar do assunto, começando pelo ministro Ricardo Levandowski, da Justiça, que integrou o Supremo Tribunal Federal (STF) e conhece o caminho para conter os abusos do TikTok.
Não bastasse a quebra do protocolo, que na China é levado a sério e marcado por conhecida rigidez, Janja cobrou do líder de um regime totalitário a aplicação de censura.
Acertadamente, apesar do constrangimento causado por Janja, o presidente Xi Jinping respondeu que o Brasil pode tomar as medidas cabíveis em relação ao TikTok, inclusive banir a plataforma.
A primeira-dama sabe que ultrapassou a fronteira do bom-senso, mas diante da repercussão negativa de sua atitude prefere fermentar um assunto que continua provocando estragos na cúpula do governo.
Relações entre chefes de Estado não pode ser alvo da informalidade que grassa no sindicato da esquina mais próxima. Um pedido oficial do governo brasileiro a Pequim certamente surtiria efeito e evitaria constrangimentos, mesmo sabendo que a Justiça brasileiro tem meios para combater violações por parte do TikTok. Histrionismo parece ser o cardápio predileto da primeira-dama.
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