Democracia brasileira continua sob ameaça do golpismo fomentado por Bolsonaro e companhia

Durante a campanha presidencial de 2018, afirmamos com convicção que caso Jair Bolsonaro fosse eleito, em algum momento a democracia brasileira seria alvo de um “cavalo de pau”. Naquele momento, fomos covardemente atacados, com insinuações criminosas de que éramos financiados por bilionários estrangeiros simpatizantes da esquerda, mas resistimos.

Ao longo dos quatro anos do pior governo desde a redemocratização do País, mantivemos a afirmação, apesar dos constantes ataques. A fracassada tentativa de golpe de Estado, os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023 e os depoimentos no âmbito do inquérito da trama golpista, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), confirmam que estávamos certos.

Logo após o fatídico 8 de janeiro, afirmamos que a democracia brasileira continuava ameaçada, exigindo das autoridades cautela redobrada em relação aos saudosistas do golpe militar de 1964, que inaugurou o período mais sombrio da história nacional.

Investigações da Polícia Federal revelaram o plano batizado como Punhal Verde-Amarelo”, que previa assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes (STF). Mais uma prova de que acertamos ao alertar para o iminente perigo.

Fazendo escola

Nesta quarta-feira, a PF deflagou nova fase da Operação Sisammes para prender os integrantes de um grupo de matadores de aluguel, semelhante ao “escritório do crime”, liderado pelo finado Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano carioca que atuava nos subterrâneos do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O grupo alvo da PF, autodenominado C4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos), é acusado de assassinar, em Cuiabá, o advogado Roberto Zampieri, figura central na investigação sobre venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2024, a Polícia Civil de Mato Grosso investigou membros de uma “rede organizada, voltada para a execução (homicídios) de terceiros, mediante a contratação e financiamento por parte de seus respectivos mandantes, conforme restou cristalino no caso da morte do advogado Roberto Zampieri”.

Uma lista com nomes de parlamentares e ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin Martins, foi encontrada com o grupo de extermínio.

O grupo, que segundo a PF é uma organização criminosa especializada em espionagem e execuções sob encomenda, tinha uma tabela de preços para execução, até R$ 250 mil, dependendo do alvo.

Dudu Bananinha

Desprovido e coragem, assim como o próprio pai, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fugiu para os Estados Unidos sob a desculpa que poderia ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Alegação fantasiosa, que serviu para movimentara horda de seguidores do bolsonarismo, pois até a fuga não havia qualquer procedimento judicial contra o filho de Jair Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro, que sonhou ser embaixador do Brasil em Washington apenas porque um dia foi “fritador de hamburguer” no estado americano do Maine, tem se valido dos contatos na esfera do trumpismo para atentar contra a soberania brasileira.

“Dudu Bananinha”, como é conhecido o filho do golpista Jair Bolsonaro, tem pressionado autoridades norte-americanas para conseguir sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.

Esse movimento, que pode levar Bananinha à inelegibilidade e incriminar Jair Bolsonaro por dar suporte financeiro às ações contra autoridades brasileiras, é prova inconteste de que a nossa democracia está seriamente ameaçada.

Tão logo o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, confirmou a possibilidade de sanções serem impostas a Moraes, o UCHO.INFO afirmou que se tratava de flagrante desrespeito à soberania brasileira. Foram necessários alguns dias para que especialistas chegassem a tal conclusão.

Nos Estados Unidos, por exemplo, Jair Bolsonaro e Dudu Bananinha já estariam presos pelo crime de conspiração contra o Estado, figura jurídica que na legislação brasileira não existe de forma específica. Sob a ótica da legislação americana, a conspiração é um acordo entre duas ou mais pessoas para cometer um ato criminoso contra o Estado.

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