Trump age como ditador e decide negar visto a estrangeiros que “censurarem” americanos

A esquizofrenia política que embala o governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aumenta a cada dia. Isso porque o republicano adota medidas absurdas para ganhar espaço na mídia e ludibriar o eleitorado que lhe confiou um novo mandato. Para tanto, Trump tem tomado decisões típicas de ditadores, desafiando a democracia estadunidense.

Nesta quarta-feira (28), o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou que os EUA negarão os vistos de entrada no país a autoridades estrangeiras que “que sejam cúmplices na censura de americanos”.

Rubio, que também é duramente criticado por revogar vistos de ativistas críticos a Israel, disse que está agindo para conter “ações flagrantes de censura” no exterior contra as empresas de tecnologia americanas, que despejaram fortunas na campanha de Trump e agora cobram a contrapartida.

O secretário não mencionou publicamente o nome de qualquer autoridade estrangeira que seria afetada pela medida, mas sugeriu a parlamentares na última semana que planejava uma ação contra o ministro do Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes decretou em agosto de 2024 o bloqueio da rede social X, de propriedade do bilionário e aliado de Trump, Elon Musk, após a empresa se recusar a remover informações falsas da plataforma. Entre as exigências para reverter a suspensão, o X teve de pagar R$ 28,6 milhões em multas impostas pelo STF por descumprimento de ordens judiciais.

Em fevereiro passado, Moraes determinou o bloqueio da Rumble no Brasil, outra rede social popular entre bolsonaristas. À época, o ministro acusou a plataforma de “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos” de ordens judiciais, além de tentativas de “não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros, para instituir um ambiente de total impunidade e de ‘terra sem lei’ nas redes sociais brasileiras”.

Bolsonaristas pedem sanções

Embora a decisão do governo americano tenha potencial para atingir Moraes, seus críticos na base bolsonarista esperam uma ação voltada diretamente contra o magistrado, como possíveis sanções assinadas por Donald Trump, que poderiam resultar no bloqueio de bens nos EUA e restrições em transações com instituições bancárias americanas.

Moraes abriu, na segunda-feira (26), inquérito para investigar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suspeita de crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

O pedido de abertura de investigação foi feito ao STF pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, para apurar a atuação do parlamentar com o objetivo de incitar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes e retaliá-lo por conta das decisões do magistrado no inquérito dos atos golpistas, do qual Jair Bolsonaro é alvo.

O inquérito contra Eduardo Bolsonaro está sob a relatoria de Moraes, porque o ministro também comanda os inquéritos da trama golpista e o das “fake news”.

Em março deste ano, pouco antes de Jair Bolsonaro virar réu acusado por liderar a trama golpista, Eduardo tirou licença de 122 dias do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, alegando “perseguição”. Por estar no exterior, ele poderá depor por escrito.

Na verdade, Dudu bananinha, como é conhecido o filho “03” do ex-presidente golpista, empreendeu fuga, alegando a possibilidade de ser preso por ordem de Moraes. Até o momento da fuga, não havia no STF qualquer procedimento contra Bananinha que justificasse eventual prisão.

Dudu Bananinha viajou para os EUA com o objetivo de pressionar autoridades americanas a adotarem medidas contra Moraes, o que, se confirmado, será inequívoca violação da soberania do Brasil.

Como afirmamos em matéria anterior, Bananinha, por sua atuação em solo americano, poderá se tornar inelegível, ao passo que Jair Bolsonaro corre o risco de responder criminalmente por custear a ação do filho no exterior, que na melhor das hipóteses configura crime de conspiração contra o Estado brasileiro. (Com agências internacionais)

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