A falta de criatividade da extrema direita brasileira é tão avassaladora, que chega ao ponto de flertar com a previsibilidade. Da mesma forma, a covardia que acompanha seus integrantes é linear e repetitiva.
Dias antes do final do pior governo da história brasileira, o golpista Jair Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos, na esperança de que sua digital não seria identificada nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. A fuga serviu para nada.
Recentemente, Eduardo Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos sob a alegação de que poderia ser preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Não havia naquele momento qualquer medida ou fato que ensejasse a prisão de “Dudu Bananinha”, como é conhecido o filho “03” do líder golpista.
Em solo americano, Eduardo Bolsonaro passou a contatar membros da extrema direita dos Estados Unidos para que Moraes fosse alvo de sanções. O presidente Donald Trump, que nutre simpatia pelo autoritarismo, foi vítima da armadilha criada por “Bananinha” e que atenta contra a soberania brasileira.
Agora, em mais um capítulo da covardia que embala o bolsonarismo, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que está na Europa e pedirá licença do mandato parlamentar.
Condenada a dez anos de prisão e à perda do mandato por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a ajuda criminosa do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado, Zambelli disse inicialmente, em entrevista, ter viajado a Portugal para dar sequência a tratamento médico.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a parlamentar planejou o ataque virtual que inseriu no sistema do CNJ decisões judiciais apócrifas, como um mandado de prisão contra o próprio Moraes, com o trecho: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, informa o documento falso.
“Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia”, disse. A deputada bolsonarista negou que esteja abandonando o País. “Gostaria de deixar evidente que não é um abandono do país. Muito pelo contrário, é resistir, é continuar falando o que eu quero falar”, destacou. É importante ressaltar que Zambelli não foi condenada por
Na sequência, Zambelli afirmou que pretende repetir no país europeu a atuação de “Dudu Bananinha” nos Estados Unidos. “Quero ajudar o Chega, em Portugal, quero ajudar o André Ventura… O conservadorismo precisa avançar e precisamos de homens e mulheres para isso”, disse a bolsonarista em fuga. O partido ultradireitista “Chega” tornou-se a principal legenda da oposição em Portugal.
A condenação de Zambelli ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há a possibilidade de embargo de declaração, o que não anula a pena, mas adia o cumprimento. Por outro lado, até o momento da fuga não havia qualquer impedimento para que a deputada deixasse o País. A partir de agora, Alexandre de Moraes pode decretar a prisão por fuga.
A decisão de fugir para a Europa foi tomada após Carla Zambelli conversar com o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido da Justiça brasileira. Na entrevista, a parlamentar disse ponderou os riscos da viagem à Europa, após a condenação. “Pensei em me entregar para a Justiça, mas que Justiça?”, declarou.
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